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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

PAPA E RENÚNCIA



       A questão que se levanta com a renúncia do papa Bento XVI não é, de modo algum, original. Outros papas já renunciaram ao trono  papal. O que o Direito Canônico exige é que, tal renúncia seja dada a mais ampla publicidade aos cardeais sem que haja necessidade de ser aceita pelos demais, isto segundo o “Codex Iuris Canonici” In( Can. 332.§ 2CIC).
       Como a renúncia é o ato contrário à assunção da eleição, termina por remover os seus efeitos. Desse modo, o papa perderá o direito de condução, passando o ex-papa a ter o chamado direito ao estatuto de bispo emérito”.
        Como já o afirmamos aqui, muitos papas já se demitiram, o mesmo que pedir demissão. É estranho que sendo eles considerados’ infalíveis’ ontem, de repente se vejam nas dores dos renunciantes, seja a que título e sob quais desculpas. Muitos se demitiram, a exemplo do papa Celestino V, assim como o papa Gregório XII que foi obrigado a demitir-se durante o Concílio de Constança, Bento IX que renunciou três vezes em favor dos seus parentes em 1044, 1045 e 1048. A lista não para por aí.
        A pressão e as disputas dentro do Vaticano são quase insuportáveis. Cardeais brigam e disputam cargos e posições, além de almejarem aberta escancaradamente o trono que só pode ser de um. O labirinto de intrigas do Vaticano é surpreendente e escandaloso. Na escolha dos papas muitas brigas e piadas rolam entre os cardeais. É muito comum o “quem dá mais”, sendo o que promete e o mais político, o que comumente ganha a “disputa”. Há muita bebedeira e fumo nos salões do Vaticano.
       A propósito, dos 265 papas com a presunção de terem sido legítimos, outros 32 existiram, os chamados antipapas. Porém, fica aqui registrado que a Alemanha, sozinha, teve oito (8) papas. Também será preciso dizer que o papado dependia do rei ou príncipe mais poderoso que impunha o papa do momento, simplesmente pela força da espada. Não era uma questão de escolha pelos cardeais. Muitos papas eram analfabetos de pai e mãe, outros, simplesmente eram oriundos da nobreza, e, era o papado, meramente cargo político. Piedade não se exigia. Mesmo porque, foram todos muito sanguinários a serviço dos seus mentores e sustentadores.
Max Brandão Cirne – É historiador formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia.Possui outros títulos variados.
14/02/2013

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