Quem, como eu nasceu nos grotões
sertanejos, muita coisa permanece na memória como se tivesse acontecido ontem.
Iniciada a história da igreja católica, não posso me furtar de dizer que, até a
década dos anos 60 o Brasil era alimentado e estimulado para ter e sentir ódio
de um povo chamado Judeu.
É aquela velha história do povo Judeu
que era emasculado pelos padres e demais do catolicismo que os tratava com
desdém e ódio, alimentando que os judeus eram amaldiçoados e viviam pelo mundo
sem Deus e sem guarida.
Durante o Brasil colonial, e, em especial durante a ocupação holandesa,
o catolicismo desenvolveu verdadeira guerra contra o nobre povo, cuja
totalidade era quase toda formada por pessoas de formação evangélica (protestante),
sabido que os holandeses, no século XVI tiveram a felicidade de serem
alcançados pela grande e bendita REFORMA PROTESTANTE que sacudiu a Europa e
libertou muitos países da ignorância e da ignomínia, além da devassidão do
catolicismo.
Pois bem, o catolicismo durante toda
a colonização e até meados do ano de 1964 pregava nos púlpitos e ensinava nos
catecismos que os judeus eram amaldiçoados e viviam sem lar porque mataram a
Jesus. Esse ensino nefando e proposital criou um estado de ânimo que a própria
língua portuguesa passou a integrar um vocábulo terrível que bem dizia e
marcava o ódio católico contra os judeus, fosse qual fosse a sua situação
social e econômica. O termo judiar
passou a ser sinônimo de coisa ruim e vem do termo judeu.
Fui ensinado, lá
nos sertões, por todos os padres que me catequizaram que “os judeus eram
pessoas ruins e imprestáveis que mataram a Jesus”. O ódio era passado nos
confessionários, e eu, como menino tolo e com pais quase-católicos, portanto
ignorantes e desconhecedores da história, da bíblia e da verdade, permitiam
essa lavagem cerebral.
O povo judeu é um dos povos mais
abençoados. Sua pátria, verdadeiro presente do Senhor, é sinônimo de liberdade
e de progresso, de decência e de moralidade, de trabalho e de empreendedorismo.
Max Brandão Cirne
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