Neste quesito há de registrar que a ideia de “abordagem anacrônica”
equivale a um niilismo movido por visões de historiadores de matiz e influência
euro centrista em oposição às nova releituras que posam ser feitas.
Primeiro não se pode falar em independência quando não existiam Estados
com fronteiras delimitadas, instituições livres e sistemas democráticos
implantados, o que equivale dizer, Estado autônomos e não vice reinados
atrelados à coroa absolutista ou não – Espanha ditando e exaurindo dos
territórios colonizados, portanto, sem autonomia e soberania.
As ideias de nação independente emergem,
portanto, da compreensão do que seja “Estado”, e, Estado independente com
cidadãos e instituições livres para escolher, pouco importa sua forma ou
sistema de governo, em que se desenhe um pacto de convivência através de leis
próprias discutidas e votadas, constitucionalmente asseguradas.
A América Espanhola, sob a égide de uma monarquia absolutista retirava
toda e qualquer possibilidade e autodeterminação.
Para Tamar Herzog a questão se prende muito mais à visão de autores que
não conseguem estabelecer nem delimitar a existência das nações no passado, indicando
“as condições mínimas e os processo” (cit. Pelo Conteudista da aula 9, pág. 4 –
PUC-Rio) o que termina por ver certo anacronismo nessa espécie de abordagem,
vez que dissocia nacionalismo, vontade, liberdade e luta para sua consecução.
José Carlos Chiaramonte convida a uma abordagem procurando revisitar a
história dentro dos contextos dos séculos XVIII e XIX, onde aponta não uma
região unitária, chamada vice-reino do Prata, mas nações nomeadas, a Argentina
que antes não se delimitava territorialmente e nem possuía, portanto, status de
pré existência na América Espanhola.
Por seu turno Francisco Xavier – Guerra aponta pata uma multiplicidade
de fatores independentes, saídos de um território unitário “um conjunto
politico, a monarquia hispânica” (sic Conteudista aula 9, pág. 5). Para este
autor havia uma convergência de fatores, assim por dizer, uma vontade de se auto
constituir em uma “sociedade” e uma “nação”, conceitos que implicavam em estabelecer
diferenças que não se concebiam na monarquia espanhola.
Para por fim a essas considerações, o conceito de nação, mais que
convivência , sob a pressão das armas, pressupõe a existência de símbolos
(bandeiras e outros), base territorial, identidade de propósitos, pacto
federativo, cultura própria além de políticas próprias desatreladas de um poder
qualquer central e exógeno, além de economia própria, respeito aos costumes e
vida social, língua e base territorial sobre os quais fundamentam-se as nações
que puderam assim se constituir e escolher seu destinos.