Isto foi a muito tempo atrás. Começou
lá nos sertões de Itiúba, uma cidadezinha nascida e crescida encravada entre
altas montanhas. Poderia até dier que as montanhas formam muito mais um imenso
buraco aberto por provável queda de algum desses meteoros gigantes sobre a
terra.
Pois bem, nos sertões de Itiúba entre sonhos
e devaneios da idade, um menino era constantemente procurado por pessoas
humildes e analfabetas, em que, na sua profunda cegueira das letras e desconhecendo
o mínimo, chegava até a nossa casa e pedia a um menino, casualmente este que
escreve aqui e agora, para que escrevesse carta.
Escrevi em nome daquelas pessoas de
todas as idades, muitas carta. Para São Paulo, Rio e cidades mais próximos
incluindo a capital do salvador.
De repente essa recordações me
assaltam, as pessoas chegavam e pediam sem nenhum escrúpulos para que eu
escrevesse suas carta. Algu mas apenas diziam: “faça a norma”, que outra coisa
não era senão preâmbulo.Sei e afirmo que as cartas eram floreadas por mim,
tendo eu deixado minha “verve” poética, se me permite extrapolar, derramar
sobre aquelas folhas de papel, que normalmente eram trazidas em papel pautado
ou até mesmo em folhas de cadernos, todas as doçuras ou amarguras.
Normalmente e quase sempre as cartas
eram para levar e pedir notícias, levar outras, e, receber noticias da
parentela. Ajudei a pedir em casamentos, a despedir namoros, a desfazer
boatos.Quase sempre só sabiam mesmo dar os nomes das pessoas. De tudo tinha um
pouco. As pessoas saíam altamente felizes e agradecidas.
Hoje de repente, me veio lembranças
daquele tempo em que eu garoto, escrevia e registrava pelos que não sabiam as
letras, as suas dores, alegrias e frustrações.
E como eu sabia fazer. .