O que você quer saber sobre História?
Este blog tem como objetivo discutir História, postar artigos, discutir assuntos da atualidade, falar do que ninguém quer ouvir. Então sintam-se a vontade para perguntar, comentar, questionar alguma informação. Este é um espaço livre para quem gosta de fazer História.
sábado, 27 de fevereiro de 2016
BOICOTE DE JOAQUIM BARBOSA PELOS JUIZES BRASILEIROS.
Um dos mais emblemáticos sinais do quanto somos uma
nação de pilantras e desocupados boçais, é o que trata da curta e
profícua vida do Juiz ilustrada e respeitado JOAQUIM BARBOSA –
M INISTR DE UMA SUPREMA CORTE BRASILEIRA. NUM PAÍS
DE SAFADOS.
Joaquim Barbosa inscreveu seu nome na história deste país e,
mostrou ao mundo brasileiro o quanto somos incivilizados e
deseducados, aéticos e corruptos no quanto concerne à vida
comum e diária. Joaquim Barbosa foi aquele meteoro que passou
riscando os céus, enchendo de orgulho, ainda que por pouco
tempo; alguns poucos, e dizendo que será possível mudar quando
levantamos os olhos e nos descobrimos uns prostitutos em todas as
esferas.
O Brasil é o país de safados em que os juízes se venializam e
se entregam aos fantasmas e fantasias de servir aos poderosos, de
servir aos desígnios de um país que teima em continuar nesse
decaimento de indiscriminada de servilismo e de ser uma prostituta
aberta às paixões loucas e desenfreadas dos poderosos. Como
negro que sou não consigo vislumbrar uma nesga de esperança de
ver a ética reinar e se estabelecer neste país, a começar pelo
sistema implantado no país em que filhos de juízes se tornam
juízes, quando os infelizes passam nos concursos de araque, e, não
possuem a menor capacidade nem conhecimento.
Somos umas “putas descaradas do judiciário”, enquanto os
filhos de juízes são aprovados sem nenhum conhecimento, e, não
derrubamos esse sistema viciado e corrupto em que a justiça deixa
de ser, para a satisfação dos que se emprestam às sujeiras do
mundo político. Na Bahia não conheço um só concurso de juízes
em que filhos de juízes não tenham sido aprovados, enquanto
homes de grande conhecimento nem de longe se aproximam da
aprovação. ,e, somos uns corruptos a usar “excelência para cá,
excelência pra lá, como se aviada fosse feita de formalismos.
Agora mesmo vemos um denodado e esforçado juiz, o Sergio
Moro a se esticar e afazer malabarismos para demonstrar que ainda
existem juízes sérios e decentes. A pergunta desconcertante é: E
os outros nunca sentiram nem viram,nem ouviram essas misérias?
Só o Doutor Sérgio Dectateou as infâmias.? Joaquim Barbosa
foi execrado pela horda de “julgadores do Brasil” que sabem
apanhar moscas e deixar escapar os gaviões. São uns boçais ,
pedantes e infelizes a espalhar sua fedentina, a se rebaixarem a se
a se deixarem levar pelos tapinhas nas costas dos poderosos que
lhes mandam e enviam pequenas prendas às escondias nas
madrugadas e, assim, mantém os seus poderes podres. Podres
juízes . Joaquim Barbosa será eterno pelo pouco tempo que
passou naquela antro e casa de safardanas empoados e
ensimesmados como se fosse a realidade do mundo.
Desgraçado Brasil de safados togados!!!
domingo, 14 de fevereiro de 2016
4x1
Não mais me recordo o ano. Sei que já
desaparece na bruma do tempo e na rabeira d esquecimento. Foi lá em Itiúba uma
pequena cidade encravada entre as montanhas da Serra da Itiúba, na época de clima
ameno e bastante procurado por pessoas para cura de diversas doenças.
A cidadezinha
tinha um time o Ferroviários que era dirigido pelo senhor João Martins, o mesmo
tendo um clube de pessoas mais humildes, mas que qualquer podia fazer parte. O
Ferroviário Esporte Clube era um time de massas e, representava muito bem a
cidade. Podemos chegar, sem exagero, na afirmação de que era o maior e melhor
time daqueles tempos, nas redondezas.
Vinham sempre
aos domingos, times de cidades vizinhas como Bonfim, Jaguarari, Santa Luz,
Alagoinhas e Queimadas, se bem me recordo, para os embates futebolísticos que
aconteciam num campo na fazenda do senhor Antonio Valadares, com entrada paga e
arrecadação.
De Salvador
chegava nessas ocasiões Ranulfo Damasceno e seu irmão Antonio assim como o Lino
que era tirado a goleiro, mas não era lá essas cocadas toda, não; Antonio e Ranulfo
eram verdadeiros craques que desmontavam em dribles lindos e manhosos quaisquer
adversários, e, sem ele o time não andava, e, toda a cidade aguardava, por
ocasião dos jogos a sua chegada, como o maior acontecimento e expectativa.
O Ranulfo
encontrei-o, em Castro Alves, fazendeiro estabelecido, quando ali fui advogar
alguns casos. O Antonio e o Lino, seus demais irmãos, nunca mais os. Creio que
foi na década de 60, no comecinho, pois ainda não tinha ido para as cidades
estudar.
No domingo
chegou o time de Queimadas, cidade vizinha. Nosso time deu de Quatro a Um-
Placar de levar as alturas todos nós. O Toínho como o chamávamos, em desconcertantes
dribles desmantelava os adversários. Queimada se foi cabisbaixa com seu time.
“Seo” Joel da
cachaça, que era engarrafador, em homenagem, rotulou uma das suas marcas que
foi vendida durante muitos anos, como marco e recordação daquela tarde de
tantas glórias. Lembro-me do zagueiro Zuca, falecido já faz alguns bons anos e
outros mais. Se não me engano o massagista que era fanatizado por futebol, era
esse cara que aqui escreve.
E se foram as
recordações. E se foram na voragem do tempo, “Tempus fugit est”.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
CURRAL DO CONCELHO
Nos anos idos em toda cidadezinha do interior e, até mesmo na Capital
existiam os tais “Currais do Concelho”, formas e maneiras dos alcaides
arrecadarem sempre mais e mais tributos.
Em Itiúba não foi diferente. Era um pequeno curral como o nome indica,
murado sem quaisquer cuidados com os animais. Para lá eram levados burros,
cavalos, vacas, e, tecnicamente outros de menor porte como porcos, cabras e
galinhas. Os três últimos, entretanto, eram raríssimos. Eram apanhados nas
ruas e nos logradouros públicos por empregados ou prestadores de serviços às
prefeituras locais.
Descobri o de Itiúba quando garoto, explorando, numa das raras fugidas
de casa, os arredores da cidade. Era imponente, quadrado no seu formato,
sem água e sem cobertura, absolutamente maltratado, e, lá ficavam alguns
pobres animais confinados até serem resgatados pelos seus donos após, claro,
o pagamento dos tributos estipulados.
Depois a prefeitura Local começou com o péssimo costume de contratar
atiradores que matavam animais de pequeno porte quando avistados pelas
ruas da cidade, atraindo para os matadores a ira do povo pobre que dependia
daqueles animais para a sobrevivência.
Quanto ao Curral do Concelho desapareceu caindo em desuso, sendo
demolido.
A FEIRA
Era como num passo de mágica. Feérica, vistosa, mágica. Não será
exagero de dizer que todos se vestiam para ir até a Feira. Era quase que
magia. Não era aquela coisa de compras e vendas, de trocas e escambos, mas
de experiências, de afetividades, de experiências novas e de aprender mais.
Tudo para falar sobre a grande e única feira que existia em Itiúba e que
era realizada a partir da frente da Igreja Matriz se estendendo até as
imediações do velho Açougue Municipal. Não era lá grande nem se perdia na
imensidão mesmo porque a cidade crescia par em par com as necessidades.
Assemelhava-se as velhas eiras tanto da Baixa Idade Média quanto na Alta
Idade Média.
Em Itiúba podia- se dizer: a feira era um verdadeiro teatro ao ar livre.
Num canto da Praça vetusta um vendedor de remédios com se peixe elétrico
tentando vender seus produtos, ora passando um pouco da poção mágica
sobre a palma da mão e pedindo que o sujeito cheirasse imediatamente o outro
lado da mesma palma da mão, constatando o odor que atravessara a carne.
Coisas que enganavam o mais ladino dos tabaréus. Do outro lado, entre
cestos de farinha e rapadura do São Francisco um repentista, viola em punho,
desafiava o outro, em versos plangentes, dedilhados às suas violas. Na velha
bodega sanfoneiros rasgavam com seus foles o mais autêntico forró pé-deserra.Pandeiros,
reco-recos, agogôs e violões. No outro, um ventríloquo
ostentando seu preto e retinto boneco de nome Benedito fazia as pessoas
darem risadas maravilhosas.
Mais daquele outro lado o vendedor de “literatura de cordel” entre um gole
e outro de cachaça lia “ABCs”, contando histórias de príncipes, reinados e
mulinhas, de dores do coração, dos Malasartes, dos “Bocagens”, dos Pavões
Misteriosos, dos Bois Encantados numa fervilhança sem limites de
atrações..Ainda daquele outro lado ali um homem cuspindo fogo, tentando
chamar a atenção dos circunstantes até que se forma uma roda para ouvi-lo
vender suas pílulas. Esforçados gritam. Outros conseguem usar pequenos e
adaptados microfones pendurados aos pescoços e cobertos, espécie de filtro,
cantando e chamando pessoas,e, assim venderem suas pastilhas “bom pra
tudo e cura tudo”, embora feitas de farinha de trigo como se dizia.
Como era bonita a minha Itiúba...
O CEMITÉRIO DOS CRENTES
Ficou aquela criança estarrecida ao descobrir, em Itiúba, na década final
de 1950 a início da de 1960, uma construção um tanto ou quanto destiorada e
desterrada, a quem o povo denominava de “Cemitério dos Crentes”.
Paredes singelas e de uma simplicidade assombrosa deixando aquele
garoto pasmo e boquiaberto, mas sem o domínio da lógica para saber o
significado embutido naquilo tudo. Era meio tabu falar naquelas coisas. Os
“crentes” - conforme o padre nos ensinava nas tardes de domingo em que
íamos aprender aulas de catecismo, diziam que os protestantes mataram a
Jesus, não acreditavam na Maria mãe de Deus, eram todos bodes e teriam de
ser denunciados se os nossos pais os recebessem em casa. Delação pura que
ensinavam desde crianças os velhos padres.
Mais tarde, já tornado protestante, iniciei perante a Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro o Curso em História, tendo eu
escolhido como título da monografia de curso exatamente aquele que ficou
gravado em meu cérebro, e, escrevi sobre o cemitério, descobrindo que até
mesmo depois da Proclamação da Independência e com a chegada, mais
tarde, da República dos EE. UU. Do Brasil, o catolicismo continuava a mandar
e desmandar nos governantes estimulando fanatismo, ódio e intolerância
contra os que discordavam dele.
Descobri que em todas as cidades do Brasil, com raras exceções,
existiram os “cemitérios de crentes” demarcados como ponto da morte,
inclusive em Salvador, entre nós, com o Cemitério dos Ingleses, já que eram
eles oriundos da Pátria que ousou expulsar o catolicismo através de Henrique
VIII.
Pobre catolicismo!
Fui lá fotografar as ruínas ou o que sobrara dele. Nada foi encontrado em
três ou quatro incursões. Durante as pesquisas constatei que durante o
Governo de João Durval fora derrubado definitivamente e os restos de
materiais usados para a construção da Estrada de Rodagem ItiúbaCamandaroba.
Época de franca intolerância do catolicismo em que não era permitido
nem protestantes, ciganos, muito menos suicidas serem sepultados no
cemitério católico.
Triste história!
Triste romanismo!
Visite o Blog
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
A RUA DO CALUMBI
Nos sertões existe uma planta silvestre chamada de calumbi. Pelo menos duas
espécies, as mais conhecidas, o calumbi branco e o unha-de-gato. É claro que os
botânicos e os cientistas especializados podem até desenvolver e perlustrar muito
mais e melhor, sobre a espécie. Digo-o vexatoriamente com a pressa de quem quer
adentrar ao assunto.
O Calumbi que aqui e agora presto, por desejo, minha homenagem, é uma antiga
rua que existiu formada por miseráveis casebres, pequenos, acanhados, desalinhados,
desprovidos e sem condições mínimas de sobrevivência, ou que, pelo menos existia
nos tempos de frívolo e desocupado adolescente, quando ainda andava vagando e
notivagando, de soslaio, olhando as mulheres da noite, com aquele desejo incontido
de descortinar, e avançar no mundo, e nas coisas chamativas, ou pelo menos as que
dormiam muito mais durante o dia trocando-o pela noite.
Quando retornei para morar, novamente em Itiúba, em 2005, lá estava ele,
impávido e impressionantemente arborizado e com calçamento; com água encanada e
serviço de iluminação; com suas ruas limpas e arejadas, bem verdade; com cara e
remodelação novas.
Ocupado agora por famílias, ele permanece no centro da cidade numa pequena
elevação, espécie de “cidade alta”, totalmente diferente daquele velho e poético,
porém miserável Calumbi dos meus dias de garoto, mal afamado e mau visto, mal
frequentado, mau ouvido, quando perdido entrava, por curiosidade, explorando os
bordéis e lupanares ali existentes, com prostitutas manchadas pela chaga social dos
tabus e dos preconceitos, dos filhos remelentos e barrigudos, infestados de “áscaris
lumbricóides” seminus a andar de dia e de noite pelas ruas sujas e infestadas de cães
famintos disputando um pedaço do que comer.
Ali, viveram elas, as indefectíveis e imortais mulheres das vidas dos adolescentes,
da maioria pelo menos, lembrando as furtivas noites, os botequins miseráveis, os
bêbados comprando fiado e cuspindo nos pés dos balcões pobres e improvisados,
enquanto mulheres, muitas carcomidas pelas doenças, especialmente a sífilis, se
findavam e se desdobravam para arranjar “fregueses” e o pão com que matar a fome.
Como permanecem as lembranças de homens esfaqueados disputando as
mulheres e suas atenções, outros cortados a facão, outros com cabeças rachadas por
poderosas cacetadas, polícia omissa e que quase lá não ia, distanciada dos poderes
públicos naquele território demarcado pela dor e pela aflição, pela ausência, e pela
agrura.
O Calumbi não existe mais. Desapareceu. Pelo menos o do passado!!!
Assinar:
Postagens (Atom)