Estou tentando passar a limpo a questão do Brasil e da ausência de
punibilidade dos militares que traíram e venderam o Brasil e os brasileiros
quando golpearam a nação em 1964. Cheguei a tardia conclusão de que jamais
serão punidos nem execrados num desagravo a Nação, nenhum militar. Eles que
possam continuar nos seus infames e covardes pijamas a desfrutar o produto da
sua traição e da pilhagem que promoveram abertamente a céu claro.
A questão conclusiva e que, muitos milhares de brasileiros os chamados
paisanos, desavergonhadamente e com as caras de pau, usufruíram prazerosamente
das benesses e ajudaram a entregar, a matar e a roubar o povo brasileiro em
toca de migalhas. Esse empreguismo e essa aprovação fez com que os civis se
comprometessem tanto que, chegando seu número a ser tão extravagante, a pátria
ruiria e viria por terra a história se fosse revelado a vilania dos civis.
Não foram apenas os militares. Sem civis calhordas e caras de pau, não
chegariam os militares aonde chegaram. Muita sujeira, se remexida, federá e
exalará as podridões dos porões infames dos ditadores, apadrinhadores,
protetores e interessados. É mais ou menos como ocorreu na França após a
Segunda Guerra Mundial. Lá, os que se acovardaram e serviram abertamente ou secretamente
as forças de ocupação nazistas, formava um absurdo número, daí a vergonha de
punir exemplarmente. Revelaram apenas uma ponta do problema pois veriam que
nacionalistas, de verdade, tinham morrido. E viva as relações espúrias dos
desavergonhados com seus interesses próprios.
Colaboração com o inimigo num lesa pátria infindável e envergonhador
terminaria por criar situação incontornável e exporia a vergonha de uma nação.
Entre nós a comissão da verdade apenas remediará e delibará sobre coisinhas
insignificantes. Mas não trará nada a público e nem punirá ninguém.
É muita sujeira e infâmia.