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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

PAÔCO DO BOI-BUMBÁ



     Escrevemos dias atrás sobre um sujeito que viveu e se findou lá pras bandas de Itiúba com o (in) sugestivo nome de Paôco.
     Eis que passado algum tempo, recordo-me de que o dito foi o preferido do senhor Joaquim Brandão para carregar as costas o pesado boi feito de madeira e chita. Era o paôco.
     As lembranças fragmentadas chegam-me com certa dificuldade, pois a idade não perdoa as pessoas.
     Sei, pois, era o meu pai quem gastava rios de dinheiro do próprio bolso, veterano e inveterado boêmio do seu tempo, embora relegado ao campo do esquecimento, desde quando foi para Itiúba, levando na bagagem de guarda-fios, trazida de Jupaguá, lugar aonde morou e se deliciou em recordações fabulosas, couros de sucuris, de jacarés, de capivaras e outros bichos, inclusive levando uma capivara viva que soltou com um sininho no pescoço na as fazenda alto Vermelho que foi devorada por famintos caçadores.
     Assistia diariamente os ensaios, os pares e as coreografias que eram ensaiadas em dois lugares. Na casa da cajazeira, que era emprestada ou alugada, e num dos muitos quartos que existiam na minha enorme casa da minha infância, na parte dos fundos.
     No dia de Reis, salvo engano, descia do alto meu pai comandando aquela bagunça bonita, puro folclore, a frente o Jaraguá que era levado pelo finado Aloísio de tio Antônio, da tia Maricota, todos já motos, que,  ainda era um  jovem, e lá na cidade a folia se desenvolvia.
     O Paôco foi o maior carregador de boi que já se viu naquela cidade. Evoluía com maestria e era o preferido do meu pai que gastava do próprio bolso para garantia o folguedo alheio. Mesmo durante a partilha do boi, o paôco permanecia lá embaixo, em silencio, até que a folgança acabava. Bons tempos aqueles. Meu pai foi um grande homem.
     Engraçado para não dizer triste e grave é que ninguém mais se recorda daquele período. Ou do Joaquim Brandão.
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