Quem nasceu, cresceu e se formou na vida lá pelos lados dos sertões,
pode muito bem confirmar a história do rasga-mortalha que costumava voar todas
as noites entre pios e grasnados apavorantes.
Era temibilíssimo e assustador, mas de cuja veracidade necessita maiores
e melhores esclarecimentos e explicações para que adquira, de verdade, alguma
credibilidade e indubitabilidade.
O rasga-mortalha saia piando a noite fazendo curtas e lentas revoadas
pela cidade. Aonde alcançava seu voo se dizia que alguém morreria. Muitas
coincidências ocorriam e, de fato, dia seguinte, a notícia espalhava-se
sorrateiramente que “fulano ou sicrano havia batido as botas”.
Era um modo um tanto ou quanto romântico de entregar a alma ao Criador.
Mas assim ocorria.
Hoje com as iluminarias das cidades, sua identidade foi descoberta.
Trata-se de uma espécie de ave muito conhecida por “coruja de igreja”, dada
sua preferência por se estabelecerem, viverem se reproduzirem nas torres dos
templos católicos. É branca com pintas pretas formando um pedrêz, cujo
contraste das suas longas asas batidas pelas luzes dão uma aparência muito
interessante.
Não se sabe se com o desmatamento, fato é que as corujas parecem
desapareceu das cidades ou se extinguiram. Mas, ainda hoje, em muitas cidades, elas continuam a existira
exemplo da cidade de Santo Antonio de Jesus aonde elas continuam a voar nas
noites, mas sem aquele glamour dos sertões anunciando que alguém faleceu.
Bons tempos aqueles dos agouros das corujas!
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