Ontem, dia 03 de julho, em algum lugar de Santo Antonio de Jesus, me
encontrei, casualmente, com o jogador Júnior, Penta Campeão de Futebol do
Brasil na Alemanha. Não temos intimidades. Foi encontro casual. Trocamos
palavras sobre futebol e craques, ele é um moço filho da cidade, sendo muito discreto
e humilde simplório como sua família daqui natural. De vez em quando
encontro-me com Vampeta, em Nazaré, cidade próxima, mas que também não privo da
sua intimidade. Quase sempre os encontros acontecem lá, em um restaurante de
nome Maria Fumaça.
Afinal de contas a noticia é
sobre a Copa de 1958 ocorrida na Suécia, tendo o Brasil batido o time com o
placar de 5 a 2.Eu era um garoto de pouco mais de 11 anos e não existia, em
Itiúba, televisão. Era no radio. Em casa papai não gostava de futebol, embora
tivéssemos radio, e eu era um garotinho que era fanático por futebol. Fui à
cidade nas minhas primeiras descobertas.
Mesmo pelo radio podia-se sentir o extraordinário futebol que o Brasil
jogava e, em especial, a torcida dentro do Bar do Carlos Pires, centro famoso
que atraia crianças e adultos, embora não pudéssemos ficar sentados nem ocupar
mesas e cadeiras, beber era impossível, nada que contivesse álcool. “Seo”
Carlos Pires era rigoroso. Todo domingo,
na parte da tarde, papai me levava e a meu irmão, passávamos no Bar do Carlos
Pires, ele comprava balas de confeitos de café- com- leite e nos dava uma coca
cola. Pronto. Bebíamos em pé, no balcão. Dalí retornávamos para casa.
Acabava-se, assim, o passeio dominical. Papai era inimigo de bares e não
frequentava, nem jamais se sentou numa daquelas cadeiras do Bar. Dizia que não
tomava nem cafezinho em bares para que as pessoas não pensassem que ele estava
bebendo. Era e foi um abstêmio total e radical durante toda sua vida.
Os gritos dos torcedores ecoam até hoje em meus ouvidos, os apupos, as
exclamações e as discussões indefectíveis sobre escalações, e eu ali somente
ouvindo e dando uns gritos a cada goal.
A Copa de 1958 ficou na minha mente como sinônimo de futebol de
verdadeira arte, nada comparável aos atuais pernas-de-pau que correm e tropeçam
nos campos de futebol, distribuindo canelaços e bordoadas, cotoveladas e
ponta-pés, se agarrando sem muita honra aos adversários, quando prestes a fazer
gol.
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