Como já disse, abomino a velhice, mas,
num rasgo de fria compreensão dos acontecimentos, tenho o mais profundo
respeito pela tal velhice. Só não aceito essa tal De “melhor da idade” quando o
cara está ofegante, cheio de dores e taquicardias, desesperançado, pé na cova
e frequentando bailes da terceira idade.
Melhor da idade é aos dezoito anos.
Dois jovens se encontram na praça e começam a contar um para o outro suas
aventuras, para onde vai, o que vai
afazer seus sonhos, o que comerá amanhã, o filme que assistirá, o
casamento que fará, a moda que adquirirá, a mulher com quem irá se casar, a
bela da namorada, o programa para a noite.
Dois velhos se encontram na praça. Oi
como vai a sua urticária? Melhorou da próstata? E o reumatismo: qual é mesmo o
nome do seu médico de coração? Você sabe o nome daquela enfermaria onde ficamos
na semana passada? Acho que vou colocar seis pontes de safena pelo SUS ou
viajarei para o estrangeiro para fazer plástica e retirar as papadas.
Ora, ora, pé na cova, vá se cuidar e
comprar logo seu caixão para ser embalado e não me venham com essa de terceira
idade, melhor da idade e outras embromações.
Nem tente, nem vem que não tem.
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