Ainda me
recordo como se fosse o “ontem”
esquecido do hoje das nossas vidas. Recém-chegado na cidade, estava realizando
uma audiência na Prefeitura, então local emprestado para funcionamento do fórum
de justiça quando meia dúzia de pessoas adentrou ao recinto onde estávamos
realizando a audiência e, após algumas palavras, fomos convidados a assinar uma
Ata. ATA DO CENTENÁRIO.
Era a ata do
centenário da cidade. Eu fui convidado a assiná-la, privilégio que poucos
naturais tiveram. Eu acabara de chegar da capital, onde morava, e, me instalara
na cidade. Foi no ano de 1979. A cidade fechava, com sua bela história, 100 anos, e, foi no exato dia 29 de maio de 1979.
Na cidade
tive filhos, amores, alegrias, tristezas e decepções nesse misto inseparável do
ser humano. Conquistei coisas e perdi coisas. Ajudei a fundar a universidade de
hoje na qualidade de professor fundador e tive mais de 25 mil alunos
aproximadamente, tendo passado por todos os colégios até então existentes. Hoje,
aposentado do estado, posso calcular e fazer um balancete positivo para dizer à
cidade escolhida, o quanto lhe sou grato, incluindo meus filhos. Calculei bem e
mal e acabei por me apaixonar perdidamente por essa terra que escolhi, aqui já
estando exatamente depois de 34 anos.
De lá para cá
a cidade cresceu e se desenvolveu, surgiram problemas de trânsito, de comércio,
de abastecimento, de urbanização, mas sempre soube se manter naquele
provincianismo característico das cidades brasileiras. Ainda é um bom lugar
para se morar. Porém, suas ruas não foram planejadas para suportar o trânsito
nem a movimentação de hoje.
Pouco importa,
pois, a festa não deve parar, e, nos seus 133
anos a bela e jovem se debruça altaneira e sobranceira sobre a Bahia e, com
ela esse já quase septuagenário.
Parabéns jovem
e bela Santo Antonio de Jesus. Receba meu abraço afetuoso e apaixonado.
Max Brandão Cirne - Advogado e Historiador
Onde se lê ano de 1979, leia-se, na verdade, 1980. O autor
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