Coisas que podemos constatar são os
equívocos do IBAMA em especial no que concerne a flora e à fauna. A
constituição de 1988 trouxe muitos exageros. Lembro-me, em especial, de um
deles, um cidadão roceiro e ignorante, analfabeto e despossuído de bens e
recursos de sobrevivência, preso numa cadeia fétida por ter matado um preá
assim como outro que foi recolhido à prisão, sob o rigor do mais vetusto juiz
brasileiro por ter retirado da mata um pedaço de casca de madeira para fazer
uma infusão.
O mesmo juiz que prendeu o campônio
miserável, é o mesmo que faz vistas grossas contra os piores delinquentes, não
lhes julga nem lhes apena, não ata nem desata as lides.
O IBAMA prende e faz incursões para
prender pequenos criadores de pássaros ou de jabutis que os vende nas estradas
em busca de sobrevivência para si e seus filhos. Recordo-me nos sertões de
trinta anos atrás, milhares de aves e jabutis, enfim, animais de todas as
espécies vendidos e facilmente encontrados e comerciados nas feiras do
interior.
O IBAMA é equivocado porque nãoprende
o fabricante do poderoso veneno que fazendeiros fazem uso nas plantações para
matar ervas daninhas que terminam por extinguir pequenos animas. A criação, por
exemplo, de jabutis, só se tornou possível em quintais domiciliares, eis que os
desmatamentos, as licenças ambientais para roçagem queimam e plantações, acabam
por destruir o habitat de milhares de
espécie, sobreviventes, graças ao aprisionamento dessas espécies e criadouros
comuns e sem fins comerciais. Outro dia o IBAMA chegou a casa de um meu amigo,
tomou-lhe o papagaio criado com mais de
12 anos, palrador e manso, levando-o
para não se sabe onde, dando
destinação duvidosa.
Doei cerca de dois anos atrás, mais de
oitenta cágados (jabutis) ao IBAMA, originados de dois pequeninos que minhas
filhas ganharam nos sertões em uma viagem. Na natureza não se encontram mais
jabutis por não terem como se desenvolver, faltar água e alimentos uma vez que
os lugares do seu desenvolvimento foram transformados em pastagens e criadouros
de nelore, plantação de soja e milho na voragem capitalista e destrutiva da
natureza.
É, pois, um grande desserviço as
proibições e perseguições do IBAMA exercida contra o comercio de animais
silvestres quando seu foco deveria centrar-se nas fábricas de defensivos agrícolas e nos venenos potentes que são disseminados nas
fazendas e plantações, mas prefere perseguir pequenos e pobres que, ao
final, são os verdadeiros responsáveis, ainda, pela manutenção e conservação
das espécies que estão em franco desaparecimento, portanto em vias de extinção
Quando comecei a construção da minha
casa, o terreno era abundante de papa-capim e tiziu. A cidade, cheia de animais
em qualquer terreno por construir. Ao derredor, matas e extensas áreas verdes
que foram cedendo lugar as construções. Tenho mais de oito anos que não vejo um
papa-capim no meu terreno. Rolinhas constroem seus ninhos, mas não passam de
duas ou três, terminando por se envenenar nos pastos a cata de alimentos como
sementes de capim.
Quem está destruindo a flora e a fauna
são os grandes empreendimentos agrícolas, as plantações extensas, o capital
especulativo, a ganância, a política que cede ao capital, os corruptos e
corruptores, corrompidos e ladrões da coisa pública, os beneficiários de verbas
e mais verbas púbicas para desmatamentos e supressão da vida selvagem, a
especulação imobiliária a qualquer preço, os corrompidos nas campanhas pelas
doações, pelas facilitações, pelos esquemas criminosos e não o pequeno e morto de fome das
beiradas de estradas a vender um ou outro filhote de animal para matar a fome
dele mesmo e dos seus filhos que nunca são vistos na hora de distribuição das
riquezas que ele produz, mas que o país não distribui com o povo.
Os grupos de usurários e insensíveis
que destroem a natureza abertamente e com anuência dos governos em troca a de
vultuosas doações de campanhas e outras “maracutaias” de todos já
conhecidas.
Falta muita gente nas cadeias.
www.ursosollitario.blogspot.com
Só para complementar e dizer do acerto deste artigo, semana passada, encontrei cinco filhotes de jabutis (cágados) no meu quintal. Lembro que fiz a doação dos adultos no ano passado. Eles, ao contrário do Ibama que nada sabe, demoram mais de 120 dias para eclodirem. E, quando o fazem, muitas vezes ficam meses e meses embaixo da terra.
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