Tive dificuldades em acompanhar os
comentários daquele “matuto”, um verdadeiro doutor
em história. Pareceu-me que o cidadão sabia de tudo e de todos os fatos, da
historiografia mundial. Fiquei embaraçado, tive de disfarçar o meu desconhecimento,
passei apenas a balbuciar, aprovadoramente, os relatos que fazia sua erudição
histórica e sua segurança na exposição com datas e personagens, opiniões
profundas e metodológicas
O cidadão não possuía mais que o curso
primário incompleto, feito na zona rural. Cedo acordava para a labuta da roça.
Era um simplório camponês a puxar para os pés, cobras de todos os tamanhos na
sua enxada sol pino, a sol posto. Jamais pude esquecer-me daquele homem versado
nos fatos históricos, na exposição segura e abalizada. Impressionante!
A reflexão vem a calhar eis que o
senador Cristovão Buarque atentando contra a história e os historiadores, criou
um projeto que pretende seja aplicado aos historiadores, obrigando-os a terem curso de
História.
É sabido que muitas universidades são meras especuladoras, deixando a formação
de historiador a desejar. Soa muito mais como uma vil censura, eis que, não
precisa ninguém de diploma para ser historiador.
Para escrever sobre história não deve prevalecer
o diploma, mas a vocação e a disposição. Talvez até menos vocação do que
disposição mesmo. É de se esperar que a lei caia de podre. Sinceramente. O que
é de se espantar é que abrirá caminhos para as indefectíveis associações
classistas, os conselhos, as ordens de historiadores e outros excrementos
obrigando ao pagamento de anuidades e todo tipo de espertezas de grupos e de
indisfarçados aproveitadores das legislações que remam contra os cidadãos, para
tomar dinheiro dos que se formam em História, seja para impedir o exercício
livremente dos profissionais ou não.
05/03/2013
www.ursosollitario.blogspot.com.br
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