O Brasil é mesmo um país “sui generis” na sua maneira de ser e
se demonstrar para o mundo. Chega a ser incompreensível, para não dizer,
padecente de muita esdruxulidade.
Fazemos, é claro, referencia proposital ao veneno denominado
popularmente de “chumbinho”. Na
verdade, trata-se de um protetor, muito usado, no recôncavo, nas plantações de
fumo, no combate às pragas daí oriundas.
Mas, que tem a ver o tal “chumbinho” e o que queremos dizer? É
que muitas pessoas, durante muito tempo fizeram uso para exterminar pragas
domésticas, em especial, ratos. É eficientíssimo. O governo proibiu sua
comercialização. A venda foi suspensa em todo território nacional, pois, diziam
os governos que muitas pessoas estavam cometendo suicídio, pela sua ingestão.
Ora, tal qual a formicida e a estriquinina, a verdade é que pessoas
desesperadas cometem suicídio de variadas maneiras. Não cremos que a suspensão
e proibição tenham contribuído para acabar com os suicídios. Almas doentes
carecem de tratamentos adequados e não proibição de substâncias perigosas,
mesmo porque, quem quer suicidar-se encontra uma gama variada para seu infeliz
e tresloucado ato.
Em verdadeiro paradoxo se pode comprar o “chumbinho”, porém, na forma
líquida, nunca na granulada, como era oferecido, em frasquinhos. Todo mundo
sabe e está vezeiro que o produto pode ser encontrado e vendido em muitas
casas, às escondidas. Eficiente no combate às ratazanas substitui, fracamente,
os gatos que deixaram porque estão perdendo a capacidade de caçar ratos.
Lembro-me de certa senhora balconista na cidade em que vivo, toda vez
que eu ia comprar estriquinina para matar ratos em minha casa. Ela
interrogava-me cuidadosamente, isso, naturalmente, antes de me conhecer e saber
que eu sempre fui um cara feliz da vida. Eu a acalmava e dizia qual o intento.
O Brasil deveria sim, contrariar os donos de farmácias e proibir a venda
de remédios. Não se proíbe o doente porque a medicação é forte e arriscada. Por
que não o faz? Porque o capitalismo possui força e poder e governos precisam e
necessitam das migalhas que lhes cai das mesas opulentas.
Está mais que na hora de deixar o povo
livre e sem amarras. Proibição não evita suicídios. Meios estão ao alcance de
quaisquer infelizes.
Os ratos estão proliferando. Ratos de
duas e de quatro pernas!!!
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