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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Era uma vez em Itiúba



        Com a idade e a aposentadoria a ociosidade se torna um fato e uma realidade. Então, rememoramos os acontecimentos vividos e experimentados, desde a infância até os dias atuais. É muito bom recordar.
        Ultimamente as recordações dizem muito da minha infância em Itiúba. Primeiro, a escola Goes Calmon onde ingressei com sete anos e oito meses. Naquele tempo o aluno só era admitido a estudar aos sete anos. Ora, minha data de nascimento é do mês de junho, então, conclui que eu só pude ser matriculado no ano seguinte.
      Pois bem, as recordações indicam que li muitos clássicos quando completei nove anos. A escola distribuía livros que os alunos levavam para casa com prazo certo e determinado para devolvê-los. Assim li, na infância tenra, clássicos como os de Monteiro Lobato. Depois, lembro que li Miguel de Cervantes e jamais esqueci. Antes de completar o primário já havia lido, entre doze e treze anos, todas as obras de José de Alencar. Aos quatorze li obras densas que poucos intelectuais, mesmo na atualidade, leram. Semanalmente lia a revista “O Cruzeiro” e só após meu pai a lia. Depois veio “Manchete”,
         As recordações me levam a um livro de Felisberto de Carvalho, do 3º ano, não adotado pela escola, mas do passado, uma vez que meu pai considerava que eu podia ler coisas mais alentadas.
         Na Escola Primária e pública não tinha palmatória, mas sim, “reguadas doces” e maravilhosas. Um dia na semana meu pai me levava ao dentista juntamente aos meus irmãos, e sob as pedaladas do dentista “Totonho”, carona vermelha, homem  bonachão que cuidava de caries e dentes com pouco estrago, já que não consumíamos nada além da puxa-puxa, da gengibirra e outras guloseimas sem acidulantes e outros venenos da atualidade, feitos a base de rapadura do São Francisco. Maravilha!
        Fazíamos cinco anos só de escola primária. Depois, para termos acesso ao ginásio, enfrentávamos uma coisa chamada de Exame de Admissão ao Ginásio. Após, fazíamos três anos de científico ou clássico quando terminados, podíamos nos aventurar no vestibular. Bons tempos!
        Palmatória da pesada ficava para a escola particular (naquele tempo era assim mesmo e não reforço, ora, ora), e era durante a semana inteira, com castigos sobre milho e feijão, ajoelhados. As sabatinas ameaçadoras entre alunos sob a supervisão dos professores eram da essência. Bolos não quebravam mãos nem pés, não nos tornavam revoltados, e o melhor de tudo é que até a velhice não esquecemos professores como Juju irmã do lojista Josias, e compadre do meu pai, e, Sinhozinho, todos particulares e saudosos. Não tínhamos revoltas contra os professores, isso acontecia em turnos opostos, dentro da maior respeitabilidade. As professoras particulares se incumbiam de repassar as aulas da escola pública, tudo com denodo, carinho e amor profundo, dedicação de manter a fama de bons educadores.  Tempos saudosos e bons...
        E hoje a escola ó... Invertida, professores apanham e são esfaqueados por alunos... “vixe”, “crendeuspai”
08/01/2013
Max Brandão Cirne é advogado e historiador.
ursosollitario. blogspot.com

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