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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

PROSTITUTAS DO PASSADO E SEU SIGNIFiCADO.

                          

       É um tema que costumo falar com muita delicadeza embora no primeiro momento pareça grosseiro. No entanto, examinado pela ótica da sociologia- a prostituição é uma realidade através dos séculos- não apenas era estimulada pelas autoridades, como era a prostituição considerada necessária, evitando o avanço da rapaziadas sobre as “moças de família” e contendora das ameaças às “donzelas casadoiras”chegando até ao ponto de muitos afirmarem ter sido a “mais antiga profissão do mundo”, o que discordo ser uma profissão, merecendo  algumas reflexões, resgatando as mulheres que por variadas razões chegaram ou foram prostitutas.
       Aliás, sobre a temática da prostituição, merece referencia a excelente monografia escrita por minha filha Dianayara dos Santos Cirne – intitulada “GLAMOUR E DECADENCIA DA LADEIRA DA MONTANHA”. 2004 -Tese de Colação de Grau e Especialização, Universidade do Estado da Bahia –UNEB –Departamento de Ciências Humanas e Letras Campus V.

        O registro mais antigo que se faz da prostituição encontra-se na Mesopotâmia, mais precisamente perante o Império Assírio, e se refere desde a época do início da civilização Camita, cujas observações da sua “profissão” obrigavam-nas a usarem um longo e pesado véu cobrindo desde a cabeça até o peito, assim como elas estavam obrigadas ao corte de cabelos curtos, quando não raspados, a usarem vestes absolutamente identificadoras para que as “pessoas de bem” não cometessem, em especial os seus usuários, qualquer dúvida a respeito das senhoras recatadas.
         Porém, não quero falar de antiguidades prostitutas, mas das modernas e não tão atuais, a exemplo das “putas” fossem novas ou velhas, e, que tanto fizeram parte das vidas dos jovens da minha geração. Eram apelidadas de várias maneiras. “Putas”, sendo o mais comum; “prostituta”, bastante usado pelas senhoras quando a elas faziam referencia; “vadias”, não muito usual; “rameiras” pouquíssimo usado; sendo o indefectível “mulheres –de- vida-facil” o mais comum e conhecido.
          Hoje a coisa ficou mais sofisticada. Elas mantém hospedados “sítios” nas redes de computador com preços e exposição de corpos, condições e circunstâncias, para expor em poses sensuais e estudadas, explicar e expor um mesmo fenômeno. Outras desfilam com homens endinheirados pelas baladas, pelas festas sociais, ainda outras são as indefectíveis “acompanhantes”, trocando alimentação por badalação social. Talvez “garota de programa”, muitas que afirmam serem possuidoras de patrimônios fabulosos, segundo dizem, graças aos “programas”,algumas se tornam artistas de cinema e atrizes de novelas de televisão.
          Já existiram prostitutas que foram mulheres de papas, amantes de reis e não foram poucas as que se transformaram em rainhas. Que saibamos muitas se tonaram espiãs, amantes de presidentes e poderosos, mas sem perderem condição de rameiras, outras receberam comendas e agradecimentos.
             A velha fórmula continua a mesma. A mulher é paga pelos necessitados e “abafados” se trancam num quarto e começam a fazer “aquilo”; “naquilo”, como todo e qualquer mortal da vida. Resumindo: tudo termina num quarto qualquer da vida.
        Entretanto, se trata aqui, de uma homenagem, ainda que tardia devida à velha e quase sepultada, para não dizer esquecida “puta” da minha e da sua existência de adolescente. Ela funcionava como quebra-galho dos sem dinheiro, dos rapazolas e dos despossuídos, e, não foram poucas às vezes em que elas “financiaram as atividades dos arroubos juvenis, deixando “fiado” para receberem, normalmente “as sextas-feiras”, exatamente véspera da feira lá nos sertões. Tinha aquelas que confiavam e deixavam a rapaziada “desafogar”, e “afogar” ainda que fiado, com a promessa de receberem até a sexta. Era o “nunca mais
         Tinham os malandros que batiam em portas cerradas nas madrugadas, diziam modulando as vozes, à luz rubra e mortiça dos fifós sertanejos, nomes absolutamente errados, porém propositais desgraçando para sempre as vidas de amigos e irmãos, entravam furtivamente ludibriando a confiança da pobre da “puta”; fazia o “serviço”, ficava fiado, mas terminava dando o “virote”, passando o “calote” e assim desgraçavam as vidas dos que lhe seguiam desavisadamente os passos.
        Outro dia num desses programas de televisão; duas moças, de fino trato, se declaravam e se diziam “garotas de programa” e que saíam com homens que lhe pagavam até trinta mil para ter um só programa. Quem sou eu para discutir? Outras se diziam universitárias outras em final de curso de faculdade, outra, que era casada, outra, que era noiva e assim sucessivamente.

        No meu tempo que se esconde na bruma imperdoável da existência as “putas”, eram pobres e comuns seres mortais assustadas e assombradas com as ameaças das senhoras casadas, como se dizia. Coitadas! Não podiam seque ir ao açougue antes de certo horário, bem como não podiam permanecer sobre a mesma calçada que alguma senhora,  nem levantavam as cabeças quando saíam as ruas. Coisas da vida.

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