O ano não tenho recordação. Era somente um garoto imberbe de
pouco mais de cinco anos. Soube-o depois por notícia de meu pai.
Como
funcionário público fora transferido para Jupaguá na Carreira o Rio São
Francisco até retornar para Itiuba seu berço recôndito e lugar devotado e
escolhido para toda a sua existência, tanto é verdade que lá se encontra numa
sepultura.
Quando voltou de Jupaguá trouxe na sua
bagagem muitos couros de animais, especialmente de jacarés que dizia servia
para faze garrafadas contra mordidas de cobras peçonhentas. Lembro-me de um
couro de sucuri curtido, imenso e enrolado que eu costumava, quando criança
brincar, estendendo-o. Não sei para que aquelas tralhas trazidas de lá.
Mas o que
quero reportar-me mesmo é a história da capivara que ele trouxe viva. Em
chegando em Itiúba colocou um chocalho no pobre do animal e o soltou na Fazenda Alto Vermelho que era da sua
propriedade, na esperança de que o animal descesse até o Açude do Coité e
retornasse para a fazenda. Pobre papai esqueceu-se de trazer um casal.
Não se sabe se o
animal foi abatido por caçador, ou se comido por onças ou outro animal.
O interessante é
que sempre que eu, já adulto; perguntava ao meu pai, ele desconversava com
aquele jeito sisudo e monossilábico de se manifestar sem nada dizer.
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