Fico invocado, como se dizia
antigamente, quando vejo crianças batendo pés nos shoppings espalhados pelas
cidades, exigindo esse ou aquele brinquedo.
Recordo-me dos meus brinquedos em
Itiúba da minha infância. Saia fugitivo e sorrateiramente a catar maços vazios de cigarros como o
Astoria, o continental, o Asa Branca, o Hollywood e outros.Recebia quem chegava
primeiro a pedir.
Os negociantes não nos negavam. O Bar
do Carlos Pires era o preferido. Normalmente eram encontrados na lixeira que
ficava nos fundos do bar, apanhávamos e levávamos para casa ande dobrávamos
cuidadosamente para servir como mercadoria de troca nos jogos que eram inventados.
Outra brincadeira saudável era o
pião. Quando tínhamos dinheiro, comprávamos na venda (armazém), do senhor Valdo
Pitanga, os chamados peões torneados,
ou seja, de fábrica, afinal sendo um verdadeiro luxo, porém para poucos. Quem
não podia comprar, se satisfazia mesmo era com os peões “carrapetas”, feitos a facão, e, de umburana- de -cheiro que era
menos resistente.
Os indefectíveis fura-pés eram feitos de pedaços de arames que jogávamos a enfiar na
terra a partir de dois triângulos cuidadosamente cercados até não deixar lugar
para que pudesse passar uma linha que era traçada pelos adversários.
Os meninos do meu tempo não eram
doentes nem revoltados. Brinquedos de fábrica eram raros e de poucos. Como era
gostosa a nossa infância!
O namoro era caso à parte. Apenas singelos bilhetinhos, mas sem toques, sem abraços e sem afagos.
Como era gostosa a minha infância!
E saudosa!
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