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segunda-feira, 18 de junho de 2012

66 anos


                                         


     Cheguei aos 66 anos exatamente hoje dia 18 de junho. Pela manhã fiz um balanço ponderando minha vida e existência. Comecei desde quando sai dos cueiros, lá no comecinho. Sobraram-me alegrias em constatar que neste mês o Estado aposentou-me por invalidez permanente vitimado por umas oito hérnias discais, umas duas artroses, uma tendinitizinhas e outros probleminhas sem importância que tentam, mas não conseguem,  tirar-me do sério.
     Constatei que sempre fui fiel aos amigos, bom pai e filho. Constatei que não me deixei embrutecer pelas promessas de um mundo duro e cão, nem me deixei baquear pelas ofertas do mundo. Não tirei da boca do órfão o pão, nem deixei que a usura e a ambição tomassem conta do meu ser. Não cai nas armadilhas que me armaram.
     Plantei muitos filhos e árvores na vida, não matei a natureza.
     Cheguei sem uma boa conta bancária, mas nunca me faltou o essencial na vida desiludi-me com duas coisas que amei durante a minha vida: O socialismo e a advocacia com suas relações perigosas. Mas mantive-me fiel aos meus princípios sagrados e aprendidos do velho pai.
     Desiludi-me de coisas que fui deixando pela estrada empoeirada da vida, mas exultei em constatar que a minha vida foi limpa e irretocável enquanto constato que o amor de Jesus sempre esteve ao meu lado por todos os meus dias. Sonhei muito e apaguei meus outros muitos sonhos. Vivi relevâncias e irrelevâncias. Cai e levantei, tropecei e olhei pra frente.
    Fui duro, meigo, carinhoso, radical muitas vezes e intransigente outras tantas vezes. Tenaz, soube recolher-me entre lágrimas aos meus aposentos, embarquei em trens que levavam companheiros, amigos e desconhecidos à morada final. Estou perto dela. Fui sincero, procurei não ferir embora tenha sim, ferido algumas pessoas, mas não intencionalmente. Fui santo e piedoso e muitas vezes desejei jamais descer do Tabor; mas também fui demônio a atanazar vidas e a cometer deslizes. Nada que se possa dizer monstruosas.
      Nesse meu retiro estou constatando a minha imperfeição. Vivo recluso por opção. Não gosto de aglomerações e sou exigentíssimo com amizades e pessoas. Ricos me desprezam enquanto pobres me aplaudem. Não aprendi a bajular. Na cidade em que vivo me orgulho de ser popular, posso dizer não ter um único inimigo, jamais me quedei aos apelos dos ricos e poderosos nem me ombreei a eles.
      Não corri atrás de favores nem aprendi a pedir. Posso dizer que sou não um injustiçado, mas um indesejável diante de pessoas que pensam ter outras nas mãos para as suas satisfações.
      Calmo a maior parte do tempo, silencioso quando vejo que o silencio é o melhor remédio, vivo um recluso contemplando do alto da minha existência, a vaidade humana, a crise dos existencialistas, a debandada da humanidade que me parece sem rumo.
      Não posso dizer que sou um otimista. Ao contrário, sou de um pessimismo juramentado. Às vezes super bem humorado, outras vezes irascível e geniosamente iracundo, não me confio nem confio na humanidade nem por um minutinho sequer. Muitas vezes fui e sou meigo e doce. Mas não é sempre assim. Sou de sorriso difícil.
     Mas acima de tudo aprendi que do mundo nada resta senão para os que se confiaram em Jesus e não se deixaram pelas feridas e cicatrizes, sangrar na calçada da vida até o esvaimento total. Minha vida é alimentada todos os dias pela oração que me ajuda a manter a esperança que não morre numa vida eterna chamada paraíso, embora  quão poucos ali entrarão diante das negações e das renúncias que a vida cristã nos obriga e, que portanto poucos querem entrar pela estreita porta e apertado caminho.
     Eu sou um gozador da vida e da existência dessa pobre humanidade desamparada e que se voltou contra o Senhor. Curto e faço gozações e gracejos indefectíveis contra ladrões e corruptos, além daqueles que materializados se engorduraram pela ideia de TER em vez de SER.
     Rio da velhice, faço piadinhas, atanazo as vidas de mulheres e homens apontando as vaidades como os cabelos pintados, bigodes e plásticas, mas conforto-os dizendo que tudo passa e que nada disso tem relevância. O reumatismo da terceira idade é motivo para risadas.
     Eu rio da vida. Quantos, aos 66 anos, podem, de fato dizer essas coisas? Sou feliz às vezes e infeliz outras vezes. Sou um sobrevivente que tem pressa de ver o seu Senhor Jesus. Não ore pela minha longevidade. Abomino velhice e vida longa. 66 anos é viver demais. Já vi tudo. Desejo e quero aspirar veementemente o outro mundo.
    Escolhi o SER.
Max Brandão Cirne (75) 8803-1829

3 comentários:

  1. Fantástico!!!

    Simplesmente, fantástico esse seu texto painho... Acredito que foi o seu melhor texto até aqui... talvez por ser autobiográfico, e eu me encontrar nele... (kkkk!!!)
    Parabéns! feliz 66 anos... Com todas as cãs e risos da vida... Não oro por sua longevidade, oro para que possa ver os filhos dos seus filhos e a paz sobre Israel (sl128)... Oro para que minhas filhas ainda tenham o privilégio de passar uns dias com o senhor, e que esta estada juntos, permita-lhes na memória, saber que seu Vô foi carinhoso, e esse cara diferentão, hilariano...
    Oro para que Deus o mantenha vivo, até que eu possa estar com vocês a qualquer momento... Oro para que o bom Deus continue enchendo sua vida de alegria...
    Oro para que o senhor venha me ver aqui em Rondônia, pois a cada dia acredito que tão cedo não saio daqui... casei-me com um homem comprometido com o Deus que vocaciona...que direciona e fortalece... Casei-me com um homem, que, como o senhor, tem convicção de que SE NÃO FOR A MÃO PODEROSA de Deus, não temos para onde ir... Sendo assim, tão cedo não volto. Ainda há muito o que fazer... e olhar para trás, é tornar-me indigna da tarefa proposta...
    Oro, agradecendo, porque o senhor me ergueu no quintal e me consagrou ao Eterno Deus... Primícia de seu relacionamento com mainha, parece que Deus se agradou de sua oferta... Obrigada por isso... Obrigada por ter dedicado à minha vida ao serviço do Senhor, quando pedir-lhe a sua bênção para ir ao Seminário...
    São estas certezas que me mantém firme quando a saudade é muito grande de casa... Casa de pai e mãe é sempre nossa casa...
    Pai, espero que o senhor tenha recebido nossa mensagem no dia 18, que mandamos pelo celular. Estávamos em uma viagem missionária... Aqui em Rondônia, dia 18 de junho é feriado, pois é o Dia do Evangélico, e eu fui convidada a pregar numa cidade longíqua do interior (400km) da capital. Lá não pude acessar a internet. Enviei a mensagem da estrada. Se ainda não leu, veja em seu celular.
    A saudade é enorme... Se pudesse estaria ai em agosto, para passarmos o Dia dos Pais juntos...
    Obrigada por mais uma oferta missionária. Somente ontem e hoje vi que o senhor JÁ HAVIA depositado. Estou tentando abrir a minha conta no Banco do Brasil... Mas está deveras difícil... Até pensei em o senhor abrir por aí em nome das meninas (Samara e Manuela), e quando o cartão chegasse mandasse por Carta Registrada para mim.
    Não desisti... Mas é muito complicado aqui... Tô tentando como universitária...
    Bem, vou dormir...
    QUe o bom Deus continue abençoando sua vida. Não esqueça nunca do Salmo 90. e também do 71... Privilégio pai... bênção de Deus a longevidade... para a canseira e o enfado, ainda faltam 14!!!! Relaxa... Daqui a 14, eu estari com 53, Samara com 24 e Manuela com 20!!! Já dá para fazer uma festona, né verdade????

    Sua bênção. Meu amor e minha saudade.
    Obrigada pelas marcas deixadas... Obrigada pelos princípios e ensinamentos... Obrigada por ser o MEU PAI... O MEU HILARIANO... o VÔ DAS MINHAS FILHAS... E O CRENTE FIRME na esperança da glória do Senhor Jesus! Isso fez e faz muita diferença em minha vida.

    Sua Maringuela.

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  2. Lindo texto.....Mesmo atrasado, espero que tenha sido um dia mais que especial, pois poucos alcançam tal marca. Que a graça e a misericórdia do Senhor sejam sobre a tua vida.

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  3. Essa Alzimari é altamente suspoeita. Ela é minha filha. rsrsrsr

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