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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

“O PODER DE DIZER “NÃO”.

É livre a manifestação filosófica do pensamento. A constituição garante e assegura-a. Devemos, então, saber que a internet é instrumento maravilhoso para a manifestação de posições e de opiniões, respeitando as individualidades e os limites, desde que não nos escondamos sob o manto covarde do anonimato, proibido pela Constituição e que, via de regra, quando anônimos, esconde crimes. A interpretação errônea do texto constitucional tem servido muito menos para calar e amordaçar a manifestação livre. Não se pode ver em tudo preconceito, injúria, calúnia nem muito menos difamação, se não há uma intencionalidade da ofendícula. Não sou obrigado a aplaudir, por exemplo, o conterrâneo João Gilberto com seu violão de matar os ouvidos, muito menos pagar para ouvi-lo balbuciando o “patinho na lagoa”. Bossa Nova já era. Ou não? Respeito o seu gosto. Decerto que respeitando o gosto de quem a prefere, capaz de fazer interromper o que alguns chamam de “show”, se alguém cochicha durante sua execução. Um absurdo. Um chatérrimo de galocha com suas músicas horríveis e ultrapassadas, mesmo que a mídia considere-o um gênio. Não o é. Pelo menos para este escriba.

Detesto trio elétrico, “Aché music”, cinema nacional, fank, “rock and roll” Andy Warhol, o adolescente Justin Bieber embora faça enlouquecer adolescentes “aborrecentes” e garotinhas que não tiveram referencial educacional familiar.

Detesto ainda, diretores de cinema e atores diversos, os enlatados americanos, não obstante a justeza dos seus trabalhos. Não é verdade o brocardo que afirma: “gustibus et coloribus nom est dispuntandum” que se traduz por: “gostos e cores não se discutem”. Mentira. Discutem-se sim, uma vez que o mau gosto e a ausência de espírito crítico costumam ceder e dar lugar ao gosto dos críticos que recebem para aplaudir e transformar coisas horríveis em aceitáveis, além de discutíveis em indiscutíveis, verdadeira imposição moral. Em matéria de subjetivismo mantenhamos sempre o refino, a individualidade, a livre escolha e a aprovação personalizada.

No passado tive de assistir muitos filmes, verdadeiros abacaxis, imprestáveis do ponto de vista da diversão e da cultura, indicados por críticos ditos cinematográficos. Por outro lado, quando passei a dedicar total desprezo a eles, passei a orientar-me por mim mesmo, assisti a verdadeiras obras de arte que nem ao menos mereceram uma vírgula, uma indicação por parte de tais críticos. Uma balela.

Se dependesse do sabor e do gosto dos críticos, possivelmente não teria lido Euclides da Cunha, e nem aprendido a ler e a folhear dicionários, não teria lido aos 13 anos obras como A Toutinegra do Moinho, ou Os Miseráveis, assim como autores refinados como: Balzac, Stendal, Júlio Verne, Lins do Rêgo, Kant, Spinoza, Monteiro Lobato, José de Alencar, Victor Hugo e tantos clássicos nacionais e internacionais, com uma curiosidade que foi a de tê-los lido com tão tenra idade.

Muitos os li a partir dos 8 anos de idade, quando minhas professoras na Escola Góes Calmon faziam as indicações e estimulavam às crianças a lerem. Não teria lido revistas desde os oito anos, a exemplo da revista O Cruzeiro, que era distribuída em Itiúba por Humberto

Carvalho - O Bertinho, sujeitinho danado que saindo dos sertões “itiubeiros” da Bahia, prestou, tendo só o curso primário, perante o DASP, concurso para Coletor Federal e, (pasmem!!!) o danado do felizardo foi aprovado em Primeiríssimo lugar, vindo a se tornar, mais tarde, Secretário do Ministério da Fazenda para a Bahia e Sergipe, o que vale dizer Ministro, ainda que em segundo escalão da república, por isso mesmo que hoje é prospero fazendeiro, aposentado que está, a viver deliciando-se na sua bela fazenda às margens do Rio Itapicuru Açu, aonde degusta iguarias maravilhosas como bode assado, de ensopado, de moqueca sem contar os maravilhosos pitus do dito Rio, cria muares de raça exótica, gado bovino e cavalar, fatura alto, come de sobremesa, rapadura sertaneja e palita os dentes com o mais fino palito de palha de licurizeiro, sem contar que tem rechonchuda conta bancária, causa inveja aos conterrâneos, preguiçosamente e merecidamente refestelado em sua bela poltrona forrada de couro de carneiro curtido à sombra do umbuzeiro frondoso no verão.

Cara de sorte esse Bertinho!!!

Manchete e outras muitas mais fizeram, assim, parte do meu cotidiano, além dos jornais, os mais diversificados, graças a um pai maravilhoso que me proporcionou uma cultura razoável. Não teria conhecido nem me aproximado da erudição musical de um Tchaikovski, Ludwig, Mozart, Schumann, Schubert, Dvorák, Frédéric Chopin e Beethoven, sendo que este último, a estudantada de hoje só parece conhecer dos filmes estrelados por um cachorrão, de apelido beethoven (esse é com letra minúscula mesmo e, cachorro não tem nome), obra de Hollywood.

Mantenho-os em minha estante para o deleite pessoal, verdadeiras obras de arte. Verdadeiros tesouros de arte. Ao contrário do mundo dos MCs, dos fanqueiros, dos “street dance”, dos pagodeiros, do “rock and roll”, das letras dubitáveis, dos becos e das malandragens, meu velho pai abençoado soube proporcionar aos filhos muita cultura acima da média brasileira.

É cultura custa caro!!!

Nunca fui a qualquer país, nem no Paraguai como fazem os “sacoleiros” na missão de suprir o consumismo desenfreado com as muambas que ali são vendidas, porém, conheço-os quase todos, quando me debruço nos livros, e, hoje com a ajuda da internet visito museus e logradouros. Uma certeza tenho: Se meu pai pudesse, jamais teria me levado à Disney World para ver bonecos da Minie, Pato Donald,Mike Mouse, Pluto nem correr naqueles parques, andar em montanhas russas, comer em “fast food”, tudo endeusado ao monumento de grandiosidade à estupidez dos desafortunados de espírito.

Não é à toa, portanto, que fiz uma filha doutora em música erudita, um filho capaz de executar mais de oito instrumentos musicais diferentes e uma filha outra, historiadora e de cultura invejável, além de profunda, tendo em comum o bom gosto, tônica da nossa casa, embora não tenha tido a preocupação de dizer nem impor esse ou aquele alimento como se a “quintessência”.

Exatamente o que pretendem fazer os críticos e os que querem fazer descer goela abaixo um monte de lixo, não deixando às pessoas a capacidade critica ou discernimento de escolher o que seu paladar se ajusta.

Defendo o direito de qualquer comer e beber a quantidade e a qualidade das coisas que sua individualidade indicar, como expressão da individualidade e da personalidade humana. Nunca, porém, o direito de dizer o que é bom nem obrigar-me a tanto. Mas, tal como o Livro dos livros, a Bíblia Sagrada ensina, devo sempre e sempre dizer: “Examinais de tudo e retendes o que é de melhor”.

Santo Antonio de Jesus, 7 de novembro de 2011.

Tel.: (75) 8803-1829

maxbrandaocirne@hotmail.com

Max Brandão Cirne

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