Não podemos, a
rigor, dizer que o país já afundou.
Tempo sem
força, o emprego do gerúndio indica muito mais uma situação latente, pulsante,
presente e atualizada, regularmente, em que a ação vai se desenvolvendo num acompanhamento
tal que caracteriza quase uma certeza palpável.
O Brasil está
sim; afundando.
O Brasil padece
de uma crônica série de acumulação de fatores que concorrem para a desnaturação
dos bons ideais, planta a descrença e a ausência de boa vontade nos poucos
corações que teimam em ser otimistas, avançando para o descrédito total e
completo das suas instituições.
Contaminadas todas
elas, impregnadas de práticas nada republicanas, afundamos a olhos vistos,
enquanto olhamos para os lados como se a pedir e esperar o socorro que não virá
das instituições, eivadas e dominadas de insensatos passageiros e de timoneiros
absolutamente incompetentes e despreparados, salvo para receber elogios e as
benesses das confrarias dedicadas aos ratos, simplesmente por terem elas sido
impregnadas da mais vil corrupção, dos homens ditos públicos terem desaparecido
dos atributos de decência e respeitabilidade, afundando, como outrora o fez, famoso
navio de passageiros diante de encapelados mares e de “icebergs” poderosos que lhe barraram a trajetória.
Afundamos na
aplicação da justiça, e, até na escolha viciada de homens sem dignidade,
escolhidos ao bel prazer das conveniências, dos mandatários, como futuras
reservas a que possa socorrer-se, se, e quando algum dia lhes for pedidas
contas.
A justiça, desde
o Supremo Tribunal até os chamados tribunais inferiores não consegue vislumbrar
sequer, uma nesga de distribuição equitativa de mínima justiça, preso que está
aos atavismos de um viver e pratica de imoralidades, escudado dito poder na
mais deslavada atuação em desfavor dos cidadãos de uma pátria, embora seja sabido
que o nosso sistema de justiça falido não contemple as necessidades das
populações que o sustenta nababescamente e atabalhoadamente, porém, sem os
instrumentos capazes de fazer com que os juízes trabalhem, sem que lhes possa
imputar sistemas de verificação e acompanhamento, enquanto o sistema justicial
brasileiro serve apenas, e tão apenas, para dar sustentação aos grupos fortes e
poderosos, os que podem pagar condutas infames , quando muito, para dar
sustentação, que possam instrumentalizados e aparelhados, serem servidos, com proficiência,
e, serviência, e, camaradagem, tudo para a consecução da sua dominação segundo
as cores da sua visão.
Qualquer cidadão
se vê órfão diante da justiça e dos tribunais brasileiros, na hora de ir em
busca de justiça. Não funcionam, não trabalham, são absolutamente mergulhados
no mais frio distante e equinocial inverno, movidos apenas pelo pedir aumentos
nos seus vencimentos, na ausência de austeridade de sua membrezia que afunda
sem o mínimo desejo de ser salvo.
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