Estamos
navegando à deriva. Estamos no mais negro e encapelado mar da existência
brasileira. A nau dos insensatos ruma sem amanhã, sem esperança, sem
perspectiva e sem garantias de navegabilidade, sem nenhuma certeza de aportar
em porto seguro. Os timoneiros se perdem em cálculos insanos, a bússola se
perdeu no vai e vem das marolas, as ondas ameaçam fenomenalmente afundar o
barco que não singra em linha reta nem tem a garantia de um timoneiro
capacitado a manejar os instrumentos de segurança.
Estamos quase
afundando. A maioria dos embarcados que não compõe a tripulação dos insensatos,
teima em disputas mesquinhas tentando garantir seus suprimentos, formando a
massa compacta e privilegiada dos apaniguados dos poderes, reluta em apoiar o
timoneiro triste e incompetente que não sabe manobrar o barco, enquanto as
ameaças de soçobramento estão latentes. Os passageiros desesperançados se
recolhem aos seus camarins em orações e em imprecauções, alguns querem lançar o
timoneiro ao mar por incompetência deste, enquanto uma maioria apenas luta
pelos seus empregos no passadiço e nos subterrâneos do barco.
As riquezas
que o barco carregava já foram dilapidadas por oportunistas e roedores,
escandalizados a maioria desarvorada e longe das decisões nem sabe mais o que fazer
a expectativa de afundar o barco e com ele sonhos e esperanças, assalta a
tripulação toda, mas sabendo ao mesmo tempo dos oportunistas e aproveitadores
que não desejam senão salvarem-se a si mesmos e aos seus odientos privilégios.
Os barcos
salva-vidas não são bastante para todos. Afogamentos são inevitáveis, enquanto
os mais poderosos teimam salvar dedos e anéis pelo suborno, pelo esvaziamento
do convés, deixando a cena principal do tombadilho para os mascarados que
ensaiam passos de ópera-bufa a desafiar o instinto de sobrevivência.
Os olhares
mesmo distantes se voltam para aquele ponto obscuro do mar, a luta e a disputa
pelo direito de tomada do timão enquanto o seu dono e seus asseclas se acercam
perigosamente dos desafiantes, sem ao menos atinarem para a possibilidade de motim
perigoso e mortal, mas sem um pouco de insignificância, senão a garantia dos
seus privilégios e a manutenção deles.
Brios estão
ausentes. Renúncias de privilégios, nem é bom falar. Perdê-los não consta do
vocabulário infame dos abutres do poder. Enquanto isso a nau ameaça afundar
levando para as procelas do mar encapelado o resto de decência e esperança.
O Brasil é este
barco.
Dilma é o
timoneiro incompetente.
Os Três Poderes
da república são os insensatos
Os tripulantes é
o povo afastado das decisões. Todos agarrados nos seus postos, não querem
perder privilégios. Dane-se a república.
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