As transformações ocorridas na América Latina entre 1870 e 1930 e seus
impactos econômicos, sociais e políticos. Essa será a apresentação que faremos
tendo em vista maior compreensão do alcance de um continente sempre andando na
contra-mão da história dos continentes em que a civilização e a “barbárie” ultrapassaram essa negra fase.
Não parece tarefa fácil analisar a América Latina em toda a sua dimensão
bem como em todos os seus desdobramentos, mormente por oferecer nuances e
diversidades tão díspares quanto culturais e geográficas, além das condições e
circunstâncias envolventes.
Se, num plano prático não se deve falar em uma América divorciada dos
antigos colonizadores, será preciso estabelecer e ter sempre em mente que as
diversificações culturais introduzidas e plantadas pelo colonizador, se revezam
num fenômeno de justaposição, por substituições das diversas culturas
introduzidas e o predomínio da cultura imposta de cima para baixo, aqui
entendido as culturas nativas que tiveram de submeterem-se.
Remontando aos iniciais colonizadores (Portugal e Espanha), fica
evidenciada que a escalda competitiva daqueles dois países, conflitaria com
outros interesses desprezados e não consultados, quais seja, as populações
autóctones, agudizada pela alternância de introduções culturais quando ocorria
alternância dos domínios culturais, verificando-se mesclas e matizes ajudados à
introdução de influencias conforme as concepções existentes e aceitas nas
metrópoles, não parando aí a obra colonialista, todavia se sucedendo sob ao
olhar arguto de outras potencias.
As chamadas lutas independentistas ocorridas por toda a Europa
resultando na expulsão dos colonizadores, e, na formação e formulação de varias
nações que se emancipam politicamente, trazem significados e apropriações que
substituem as influências, mui especialmente abandonadas velhos sistemas
exploratórios, em contínua expansão e transformação.
Podemos dizer que durante a fase colonialista a América se expecta pela exploração
tendo como base precípua a exploração extrativista das suas riquezas naturais
expropriadas aos naturais da terra (aborígenes) quer a exploração de metais e
pedras preciosas, quer a extrativista, quer o trabalho escravo amenizado por uma
Igreja católica servil e bajulado ora nomeando de trabalho “compulsório”,
chancelado por ela como resultado das visões européias acerca do que era ou não
“civilis”, “barbárie”, etc., etc. quer a exploração em larga escala da matéria
prima que representaria o pau brasil, a implantação de extensas áreas
em,pregadas na plantação da cana-de-açúcar, assim como a criação extensiva de
gado “vacum” de intensiva a extensiva tudo com o intuito de transferir para a
América a função de prover as necessidades da Europa e não só da Colônia, mas
socorrendo as necessidades de abastecimento e demandas das metrópoles além mar
sempre em disputas e guerras de ocupação e conquistas esfaceladas além mar.
(1ª parte. A continuar).
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