Estive internado no SARAH, unida de Salvador do dia 17 de julho até o
dia 03 de agosto. Surpreendi-me enormemente diante do que ali encontrei. Puro
exemplo de boa gestão, amor e dedicação. Pensava eu antes de ali chegar que se
tratasse de mais um hospital público desses imundos e sem respeito aos
pacientes.
O SARAH é surpreendente não pelas
suas instalações físicas, porém pelo tratamento. Não “fui antes porque pensava
necessitar de “pistolões”, “o quem indicasse”, ou ainda de algum político com
seus famigerados” bilhetinhos”.
Em primeiro lugar o SARAH é um templo de dedicação e
carinho dos seus servidores. Naquele colosso não vi, porque não existem ,placas
indicando nem pedindo “silencio”. É dedicado à saúde. Seus corredores são
devassados por homens e mulheres conscientizados de estarem quase cultuando
como se num templo em si, novas perspectivas de vida e de convivência com ossos
gastos, deslocados, cortados e defeituosos.
Não se vê servidor com cara feia nem amarrada, os maus humores ficam de
fora. Os enfermeiros e enfermeiras são verdadeiros anjos de proteção e carinho,
aí incluindo as demais categorias de servidores. Logo pela manhã acordamos com
o passaredo cantando em estridências matinais desfilando suas cantorias e
plumagens de cores e matizes, indiferentes à presença humana, festejando, como
se desassombradamente a vida a cada manhã. Há uma simbiose na cidade bruta ao
permitir desabrochar um oásis e abrigo ao paciente.
Os médicos e enfermeiros do SARAH
possuem missões definidas de indicar os caminhos da filosofia da amenização das
dores nos “pássaros feridos” que ali batem à porta em busca de cura e
reposição das atrofiadas asas, novo alento para que reaprendam a “voar”.
Há uma cumplicidade em tudo e em todos. Ninguém pergunta ao outro porque
das muletas nem das cadeiras de rodas. Cúmplices parecem todos entenderem a luz
diáfana da compreensão, da função e razão do hospital.
Peço ao Senhor Deus que não permita que
os abutres da política acabem com aquele lugar se imiscuindo aonde jamais deve
ser permitido suas nocivas e destrutivas presenças. O SARAH é templo sagrado aonde se cultua o amor, a dedicação, o
carinho e o desprendimento. E, diante da magnitude dos templos, só comporta o
silencio e a reverencia dos verdadeiros cultores da crença. O SARAH é um
templo. E os templos são lugares puros e sagrados aonde se cultua o BEM.
Entrei com o pensamento de que seria operado. Ledo engano. Ali a cura é
pela reeducação, pelo disciplinamento e pela disposição de se confiar nos
ensinamentos emanados. Tornei-me um SARAHMANÍACO,
posso dizer fanatizado diante de tanta bondade daquela gente cuja identificação
é a dedicação respeitosa ao público.
Sei de meia dúzia de nomes que
deixo de citá-los, para evitar a injustiça de não nomeá-los a todos.
Entretanto, julgo que devo, pelo menos falar num “grande enfermeiro” da
enfermaria 06, José Domingos a quem nomeamos de “nossos anjos da guarda” onde
fique, como representante dos demais anjos que nos atenderam.
Quanto ao mais que viva o SARAH
uns mil e duzentos anos.
Max Brandão Cirne
Tel (75) 8803-1829
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