As pessoas perderam de vez o senso da racionalidade. Inventaram desde muito tempo, uma tal de “melhor idade”, “terceira idade”, “ melhor da idade” e outras coisas para enganar a velharia que aos trancos levam seus cacos até o fim. Na verdade, geraram uma paranóia nos pobres dos velhos que buscam recursos diversos para esconder rugas e pelancas, buchos caídos, corpos e caras enrugadas.
As academias de corpo estão faturando alto. Os “veínhos”, coitados não aceitam ou não querem aceitar a obviedade de que não se trata de “terceira idade” coisa alguma, nem “melhor idade”, disfarçando com cremes e exercícios desumanos que não podem apagar nem lhes retirar as cãs da velhice.
Umas velhotas pelancudas se desesperaram e até calendários mostrando a pelancaria está circulando por aí, numa das maiores enganações contra esses pobrezinhos.
Recusando o processo normal e natural da velhice, repudiam a existência que deve ser vivida com dignidade, levando-os a pretenderem uma impossível juventude que se foi e não volta mais, estancada na velhice que deveria ser vivida com dignidade sem essa loucura de renunciar ou tentar afastar a impiedade da existência.
A idade avançada não deveria ser motivo para renunciar à existência vivida, mas é a prova de que, de algum modo, alcançaram suas cotas existenciais, viveram seu tempo, usufruíram suas juventudes.
Criam bailes para velhos, promovem festas e fazem pagar “mico” esses coitados que se enganam enquanto enlouquecem diante das rugas e das hérnias discais, reumatismo, renites, cataratas, bursites, cãibras, corações em taquicardias dolorosas, artroses e tudo o mais que atanaza as vidas dos idosos.
Alguém precisa ponderar em vez de estar aplaudindo, mudando hábitos, obrigando velhinhas a se vestirem de minissaias, velhinhos a se vestirem com roupas que só mostram suas pelanquinhas.
A velhice é o último estágio de uma semente que, para renascer num plano superior, precisa e reclama apodrecer no ressurgimento de uma nova existência espiritual, conquistando o respeito dos mais novos sem a pecha da canalhice, sabido que os canalhas também envelhecem.
“Melhor idade”, coisa alguma. É pura conversa para boi dormir daqueles que não aceitam a inexorabilidade da vida, muito menos querem aceitar o processo lento e salutar sem que velhos e velhas se desesperem e se esqueçam de que são privilegiados.
Tentar recuar é coisa impossível. Muito menos renunciar à velhice. Deveriam os que assim pensam pedir aos jovens que avancem no tempo e fiquem, também, antecipadamente velhos. Velhice não se trata coisa alguma de “cabeça feita”, “estado mental” e outras bobajadas que inventam para enganar os pobres.
A coisa pior e mais dolorosa é a não aceitação da obviedade da velhice, a aceitação pelos seus, a prova da dignidade alcançada em vez de se perderem pelas academias, forçando o reumatismo em exercícios tolos que afinal de contas são incapazes de lhes devolverem um minutinho sequer de juventude. Gastam os restinhos de energia, se expõem temerariamente enquanto a inexorabilidade do tempo só lhes faz reaviventar rugas e velharia.
Devemos sim, exigir respeito e solidariedade. Afinal de contas, amanhã os que procuram enganar os velhinhos de hoje, serão os velhinhos pagando “micos” pelas academias da vida.
Viver uma velhice com dignidade é como contar os dias da juventude, se vivemos honestamente, baseados na respeitabilidade existencial.
E lembre-se: SE VOTAR ANULE SEU VOTO.
Max Brandão Cirne – Tel.: (75) 8803-1829
maxbrandaocirne@hotmail.com
Santo Antonio de Jesus, 28 de novembro de 2011.
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