Surgiu de um morro existente em Canudos, sertão baiano. Abundante, é uma planta urticária, também conhecida como cansanção, cujo contacto com a pele causa dor e sofrimento, embora passageiro. Foi o nome dado pelos soldados que lutaram em Canudos, mas pré existente a eles, aplicado aos morros cariocas.
Pois bem, quando os soldados cariocas que lutaram em Canudos retornaram ao final da guerra fratricida e bestializada pela república inciente, o governo prometeu que daria aos referidos soldados terrenos aonde pudessem construir casas como agradecimento por terem lutado naquela guerra.
Não o fez. Passada a euforia, os soldados se viram sem terrenos muito menos sem as casas prometidas.
Que fizeram? Ocuparam os morros como forma de pressão e passaram a construir, desde então, casebres sujos e miseráveis.
Que tem a ver? Tudo. Primeiro, levaram a maldição dos mortos degolados por eles que se estrebuchavam nas baionetas na degola indiscriminada que o exército pátrio promoveu e infligiu aos canudenses.
Não se pode compreender como os morros cariocas sofrem nas mãos de tantos bandidos. As suas populações são coniventes e aprovadoras dos bandidos, pois que recebem benesses em troca do silencio. No tempo do celular e da internet, a verdade é que as forças policiais encontram tamanhas dificuldades em combater, vez que nem o anonimato conscientiza as populações para fazerem denuncias.
São coniventes, sim. São na maioria esmagadoras tão bandidas quanto os asseclas que eles protegem com a omissão silenciosa. Ganham dinheiros e mimos dos bandidos declarados. Tudo em troca do silencio omissivo e conveniente. Nada nem ninguém pode ser dali inocentado. Vivem os seus habitantes e absorve o crime como coisa boa.
O magistral escritor da obra “Os Sertões”- na figura de Euclides da Cunha se pudesse, certamente comungaria com o que se diz das favelas cariocas. Morada pura do mais refinado e depurado banditismo.
É a maldição dos canudenses. O sangue jorrado nas fraldas do pequeno monte da faveleira.
SAJesus, 21 de dezembro de 2011.
Max Brandão Cirne (75) 88031829
maxbrndaocirne@hotmail.com
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