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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

AMOR E REVOLUÇÃO.

Atraído pelas chamadas de certo canal de televisão para a novela Amor e Revolução, passei a acompanhá-la, coisa que nunca antes havia feito. Sempre tive sérias restrições às novelas.

A trama começou a se desenvolver dentro da temática inicialmente proposta por seu(s) autor (es), versando sobre o golpe militar de 1964 e seus desdobramentos.

Primeiro mês, com regular fidelidade, a novela chamou a minha atenção, de sorte que eu revivi aqueles dias negros da história recente do país, mostrando cenas bestiais de torturas, ações do exército e demais forças armadas na repressão brutal que todos conhecemos.

Na segunda semana, outro canal, com a presença de um dos autores mostrou uma entrevista em que certa jornalista condenava o excesso de “realidade”, tendo obtido a promessa do seu autor de que amainaria a história.

Ao que parece aquela jornalista favorável à ditadura chegou a tecer juízos condenatórios ao modo como a novela se desenrolava.

Todas as noites os depoimentos recheavam a história, depoimentos de pessoas que sobreviveram às torturas e às perseguições e a toda sorte de sofrimentos que as forças armadas infligiram ao povo brasileiro.

Os militares que atuaram na repressão e nos crimes ainda sem apuração, enviaram correspondência ao Ministério da Cultura e outros organismos pedindo que fosse retirada do ar, pois, nas suas palavras, “a novela continha muitas inverdades”, contando-se entre eles figuras sinistras como notórios sequestradores, torturadores e sustentadores da ditadura como militares e um ex ministro de passado criminoso a serviço da “redentora de mentira”.

O ponto máximo e aguardado com muita expectativa era sempre o final dos capítulos, mostrando, todas as noites, depoimentos de pessoas, tanto a favor como contra, de ambos os lados, inclusive agentes do Dops e das forças repressivas e criminosas. O último a prestar seu depoimento sobre torturas sofridas foi o ex marido da Senhora presidenta da república brasileira.

Isso durou exatamente um mês.

Depois a novela virou um pastelão de quinta categoria, mostrando lésbicas e conquistas de lésbicas, sexo e mais sexo, num sucessivo vazio abissal ao lado de abismos incongruentes, relações homossexuais em cortes, planos e tomadas de cenas reduzidas, empobrecida a ideia que podia muito bem servir para mostrar uma realidade que permanece oculta pela maioria do povo.

Uma lástima e, portanto uma pena, uma vez que aquela parte da história tão desconhecida continuará encavernada enquanto a chamada “comissão da verdade” não mostrará nada porque colocarão panos quentes sobre os fatos.

Francamente não consegui entender o encolhimento e o desvio da trama. A redução da trama para temas tão pequenos e insignificantes como o homossexualismo, nos parece, salvo melhor juízo, uma mera e esvaziada tentativa de mostrar “uma normalidade nas relações homo afetivas tamanho o empenho em demonstrá-las para o púbico.

O jeito foi desligar o canal na hora da novela.

SAJesus, 21 de dezembro de 2011.

Max Brandão Cirne (75) 8803-1829

maxbrandaocirne@hotmail.com

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