O terrível êxodo
que está acontecendo em direção principalmente a Europa via Itália, não pode
ser mais nítido nem tão difícil de ser compreendido. Trata-se da vingança
indireta dos povos do terceiro mundo, rumando em direção à sobrevivência.
O mundo
civilizado, ou assim dito, talvez esteja comodamente esquecido ou ainda,
simplesmente se fazendo de esquecido, de que seu conforto e sua vida invejável,
sua segurança, e sua materialidade, e seu enriquecimento, devidos à miséria
desses povos não tenham sido em vão. A cobrança da fatura tarda, mas não falta.
O terceiro
mundo foi espoliado e explorado por séculos pela Europa que lançou sobre os
países do terceiro mundo os seus tentáculos, afundou nações, derrubou governos,
subornou povos, dirigentes e autoridades para a consecução do domínio dos
naturais desses países, ajudando-os a subserviência, e, à desmoralização das
suas forças, exaurindo, com mais eficiente e propriedade, as suas riquezas que
foram conduzidas para a Europa que se jactanciava civilizada e capitalista,
poderosa e invencível.
O processo
secular esgotou os recursos naturais, extraiu do solo e do subsolo as,
exaurindo inapelavelmente recursos e empobrecendo as nações dominadas,
transformadas em infelizes e meros satélites e proporcionadoras das riquezas.
Nada se fez
pelo bem estar das populações, antes suas riquezas foram exploradas e exauridas
num processo de esgotamento de recursos que foram transplantados para a Europa
civilizada, até que os processos de guerra, começando pela Primeira Grande Guerra
culminaria com a Segunda Grande Guerra, de um modo ou de outro provocando, após
exauridas as riquezas pela exploração desmedida e pelo enfraquecimento desses
países, a total impossibilidade de recuperação de suas dignidades perdidas e desaparecidas.
De um modo ou
de outro, as nações jamais se deram contas da dívida impagável que contrairiam
com o mundo, pelo que não podem agora como querem alguns, se escusarem e
devolver os milhares de migrantes que desafiam, perigosamente, e, diariamente o
Mediterrâneo em direção ao que julgam ser o lugar certo para baterem às portas
em pedido de socorro.
Não existe
razão para os europeus agora se escusarem de receberem o resultado da sua
especulação, após destruírem nacionalidades e exaurirem riquezas tais como, em
escala ainda que menor, se verifica com o Brasil, por ora em menor escala, com
a chegada de negros fugidos do Haiti, e que não devemos negar ajuda nem asilo,
eis que escravizamos milhões deles arrancados que foram das suas terras e
países, do continente africano especialmente sem contar outros que exploramos
como árabes e seus afins, para servir aos nossos colonizadores comodamente
encastelados nos poderes.
A Europa deve
agora pensar e repensar antes de negar aos infelizes que fogem dos seus
governos cruéis e tirânicos, herança plantada nas colonizações do passado.
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