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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A FEIRA

 Era como num passo de mágica. Feérica, vistosa, mágica. Não será exagero de dizer que todos se vestiam para ir até a Feira. Era quase que magia. Não era aquela coisa de compras e vendas, de trocas e escambos, mas de experiências, de afetividades, de experiências novas e de aprender mais. Tudo para falar sobre a grande e única feira que existia em Itiúba e que era realizada a partir da frente da Igreja Matriz se estendendo até as imediações do velho Açougue Municipal. Não era lá grande nem se perdia na imensidão mesmo porque a cidade crescia par em par com as necessidades. Assemelhava-se as velhas eiras tanto da Baixa Idade Média quanto na Alta Idade Média. Em Itiúba podia- se dizer: a feira era um verdadeiro teatro ao ar livre. Num canto da Praça vetusta um vendedor de remédios com se peixe elétrico tentando vender seus produtos, ora passando um pouco da poção mágica sobre a palma da mão e pedindo que o sujeito cheirasse imediatamente o outro lado da mesma palma da mão, constatando o odor que atravessara a carne. Coisas que enganavam o mais ladino dos tabaréus. Do outro lado, entre cestos de farinha e rapadura do São Francisco um repentista, viola em punho, desafiava o outro, em versos plangentes, dedilhados às suas violas. Na velha bodega sanfoneiros rasgavam com seus foles o mais autêntico forró pé-deserra.Pandeiros, reco-recos, agogôs e violões. No outro, um ventríloquo ostentando seu preto e retinto boneco de nome Benedito fazia as pessoas darem risadas maravilhosas. Mais daquele outro lado o vendedor de “literatura de cordel” entre um gole e outro de cachaça lia “ABCs”, contando histórias de príncipes, reinados e mulinhas, de dores do coração, dos Malasartes, dos “Bocagens”, dos Pavões Misteriosos, dos Bois Encantados numa fervilhança sem limites de atrações..Ainda daquele outro lado ali um homem cuspindo fogo, tentando chamar a atenção dos circunstantes até que se forma uma roda para ouvi-lo vender suas pílulas. Esforçados gritam. Outros conseguem usar pequenos e adaptados microfones pendurados aos pescoços e cobertos, espécie de filtro, cantando e chamando pessoas,e, assim venderem suas pastilhas “bom pra tudo e cura tudo”, embora feitas de farinha de trigo como se dizia. Como era bonita a minha Itiúba...

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