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segunda-feira, 1 de junho de 2015

A MORAL COMO PREOCESSO EDUCACIONAL

                 

           1982. Estou sentado dentro do ferry boat, aguardando a partida para Salvador, eis que entra esbaforido um tenente emissário que estava em meu encalço desde a cidade de Santo Antonio de Jesus. Representando um grupo político, o mesmo me fez ver que fora escolhido para ser promotor público, cuja prova seria dia seguinte. Presente de um senador biônico. O candidato escolhido não necessitava ser aprovado, tudo quanto dele seria exigido, seria apenas a assinatura na prova. Eis que hoje, eu deveria estar recebendo uma aposentadoria vultosa, em vez dos caraminguás que recebo como professor do Estado da Bahia aposentado, além de receber escárnios de pessoas que conhecem a minha história de vida.
         Dentro das considerações do tenente portador da notícia, eu não deveria sentir nenhuma preocupação que era apenas “carta marcada”. “Pois é certo, Doutor Max, que o cargo é nosso”.
          O degas aqui lhe respondeu: “Não; não acho justo. Recuso. Já imaginou quantos estão estudando e se matando para serem aprovados? Vem-me agora essa coisa de apadrinhamento? Não; diga ao chefe que eu agradeço, mas não aceito”. O portador, desalentado, retornou para escolher, certamente, outro que ficasse feliz com a prebenda. Não tem sido assim na Bahia e em outros Estados da Federação, nos concursos púbicos viciados, naqueles em que somente filhos de juízes e desembargadores passam em concursos, apadrinhados políticos e outros bandidos,quando sabemos serem, na maioria pobres desconhecedores das leis?
          Anos mais tarde fui preterido pelo chefe político, dessa vez não se exigia concurso, mas aprovação aberta, para outro cargo de confiança no Estado. Dizia ele “que não podia ser o Max porque é um homem sério demais”.
         Mina vida é assim recheada de coisas pequenas e grandes que denotam que meus pais me ensinaram moral. Esta pode muito bem ser ensinada. Ensinei aos meus filhos. Se os pais ensinassem aos seus filhos não veríamos essa terrível praga assolando o país, aonde a corrupção alcança níveis astronômicos, o homem decente tem até vergonha da honestidade, se acha um bobão de botas, cara de paisagem, um tolo diante de pessoas “vencedoras”, mulheres e filhos visitando anualmente a Europa, pilotando lanchas e carrões de luxo, vivendo nababescamente.  
           Enquanto esses ricos apodrecidos vivem as delícias de vidas fáceis sustentadas pela corrupção, pela ganância, e, pela ausência de vergonha, com seus discursos de “que venceram pelos seus méritos”, você só tem de dar aquele sorriso maroto pelo canto da boca, ironizando esses infames, uma vez que sabem que estão ocupando lugares imerecidamente, seja por papai ser do meio, seja por ter-se perdido nas facilidades das licenciosidades da vida, seja por ser um invertebrado infame que é, seja por pertencer mesmo aos escaninhos do diabo, meninos e meninas pobres das zonas mais conflagradas de miserabilidade retornam das escolas sem merenda escolar, nos hospitais pessoas morrem nas filhas intermináveis, remédios do SUS apodrecem nos depósitos, políticos enriquecem; secretários e bandidos mais chegados formam patrimônios de milhões, organizam-se em quadrilhas especializadas para roubar, fraudar e dilapidar bens públicos e privados. Vejam os retratos eles. Quase sempre e sempre homens públicos, Desde o juiz togado vendendo sentenças, seja empenando ações em favor dos amigos e camaradas dos tapinhas nas costas, dos bajuladores, dos xeretas, enfim daqueles que tecem loas baratas e desmerecidas enchendo egos e cérebros apodrecidos.
         Existem aqueles que oferecem mulheres e filhas para o botim em troca de cargos e aprovações. Conheço meia dúzia deles. Alguns foram até humilhados, como se fora possível essa canalha sentir alguma vergonha. Já são uns humilhados, já nasceram infames, degradadas, imortalizados e amoralizados, amortalhados na miséria da existência, terrivelmente desavergonhados como se impermeabilizados de sãos ensinamentos, pelos seus “benfeitores”.
          Esquecemos de ensinar a moral, a decência, o respeito, a vida regrada e disciplinada porque os apelos de uma sociedade licenciosa, a política suja e imoral, os juízes corrompidos por vencimentos fora das realidades, se entregaram a um festival de degradações e imoralidades sem que surja alguém de poder para dar um basta em tal situação. Homens sérios e decentes são preteridos para cargos pelo fato de terem as mãos limpas e imaculadas.
          Meus filhos vibram com minhas histórias, me parabenizam e se dizem orgulhosos com os pais. Existem muitas outras que envolve vida ilibada e inatacável. Mas, custa muito. Vida decente exige sacrifícios terríveis, renúncias e fé em Jesus. E, muitas vezes você se vê trocado por uma desgraça que não possui nada de mínimo de mérito.
         Ia esquecendo. Meus filhos são todos CRENTES NO SENHOR JESUS, COMO OS PAIS. “Somos, considerados pelo mundo, simples rebotalhos”, loucos, desocupados, tolos a pregar e a ensinar a vida eterna em Cristos Jesus.

        Mas somos assim.

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