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quarta-feira, 2 de julho de 2014

“68”

                                                                   
         Não são números antagônicos, senão a expressão de uma realidade constatada no tempo. Cada ano vivido traz mais que uma marca, uma característica apaixonante e a presença inarredável das nossas vidas.
          O registro aqui feto não é senão, e, nada mais do que a quantidade de anos vividos e experimentados, diferente e cheio de nuances, caracterizado pela maneira como se passa e nos conduz. Alguém disse que o homem é o condutor da história. Não o é; ele é apenas um conduzido na crista, incapaz de fazer qualquer coisa para mudar ou não; as coisas.
        Viver não é um privilégio. Viver é se conduzir e ser conduzido. O homem nada é em si. Incapaz de transformar a realidade, é ele apenas “urbe et orbi”, ou seja, ele consegue apenas gravitar e ser levado através do cosmos. Não soma nem diminui a sua existência. É assemelhado a uma coisa. Coisa simples e sem qualquer significado prático, na sua finitude miserável e na sua total e abissal incapacidade de mudar as coisas e se determinar segundo a sua vontade.
          “Imutabilis perpetuam est”, voltamos ao útero faminto da terra, tanto ou quanto saímos dela, representado pelo útero das nossas mães. Nada modificável senão estragado e deteriorado pelo tempo, pelas marcas indeléveis as quais somos incapazes de modificá-las ou apaga-las.

         Fiz dia 18 mais um ano de vida. Nada acrescentei. Diferente do ano passado, neste apenas constato a minha aproximação franca e vigorosa da cova que se aproxima, da última pá de cal que célere corre ao encontro de minha quase finda existência. E depois, só o silêncio e o adeus inexorável que fica na partida. O momento seguinte será a solidão eterna e invisível da sepultura.

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