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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

CATEDRAIS


O mundo todo sabe o significado de “catedrais”. Em especial na Idade Média quando os chamados próceres do catolicismo na sua megalomania, construíram, ainda que quebrando nações sob seu infame domínio, quando não, países inteiros.
Obrigavam vassalos a ficarem despossuídos dos seus patrimônios com promessas mirabolantes de encontrarem um pedaço no céu, ao seu dispor, depois, e, quando partissem dessa para o além. Foram construídas catedrais imensas e portentosas, algumas, sobreviveram às destiorações e às intempéries, desafiando o espaço e a calamidade que se abate, pela natureza zangada, ou, pela simples passagem inexorável do tempo.
Mas não são aqueles ricos e faustosos monumentos que nos referimos. Refiro-me mesmo às catedrais construídas por nós, para nosso deleite, e, ao mesmo tempo desconforto de terceiros, daquelas que o tempo se encarrega de apagar todos os vestígios e de fazer esquecidos construtores, arquitetos tolos.
Construímos para nossa vã filosofia catedrais enormes, nos perdemos em emaranhados tapumes, desvendamos quartos e dependências recônditas e nos escondemos na célula mais ínfima como se escudados na incerteza das nossas próprias construções, e nos perdemos e descemos até o mais escuro e desconhecido labirinto, a ponto de precisarmos de meadas para dali nos safarmos.
Por momentos embasbacados nos aprumamos nas nossas vãs existências, corriqueiras, rápidas e silenciosas, no descampado da realidade da passagem rápida e porque não dizer, até brusca, tal ou qual a chama de uma vela batida pelo vento, ou o distanciar de um navio do seu porto de partida desaparecendo na curvatura dos oceanos.
Em tudo nos perdemos nesse lamentoso e choroso momento em que teremos de deixar incólume, e, em abandono as catedrais construídas , a perenidade daquele que há por vir. O sagrado escritor já dizia: “Lembra-te homem que és pó, e em pó te hás de transformar”. Não obstante continuamos lavorando nas nossas construções, nos cercando de muros e minaretes, nos distanciando da existência e da abertura das almas e nos aprofundamos nas nossas incoerências, esvaindo-nos em esforços vãos que não nos levam a caminho algum, quando muito, encurta os passos para a morada dos mortais.
Deixamos para trás simples e pobres intrincados de construções ricas e mirabolantes, portentosas e suntuosas no desvario das nossas
concepções e das nossas fatuidades existencialistas, em nome e em benefício das nossas pobres, tristes e vaidades passageiras.

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