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domingo, 17 de julho de 2016

UM CEMITÉRIO BUCÓLICO.

                                     

         A década era a de 1950. O catolicismo espalhava suas garras distribuindo terror e crueldade, intolerância e ódio, descrença e paganismo, sentindo-se ameaçado pelo avanço paulatino dos “protestantes”, no Brasil e no mundo, pregando e ensinando sua crença num Único e Poderoso Deus e Senhor Jesus Cristo, enquanto este avançava a duras penas, pelo denodo e amor pelas almas que os “crentes” espalhavam nas cidades.
        O catolicismo que foi “oficializado” pela monarquia no Brasil, se estabelecera com todos os seus vícios e defeitos tão inerentes, espalhando suas doutrinas ultra montanas, deixando sempre e sempre um rastro de sangue, dor e corrupção nos países do seu  domínio católico.
       A duras penas o Brasil atravessa quase todo o período monárquico sem conseguir ao menos arrefecer o ardor dos seus bispos e cardeais sempre empenhados em dominar as instituições no Brasil e no mundo católico, afundando suas garras dominadoras e opressoras sobre o mundo, ao bel prazer dos seus próceres, na doutrina papista, e na ignorância dos governantes brasileiros.
        Quando chegam os ventos liberalizantes da Reforma Protestante entre nós, o jesuitismo que dominava a pátria brasileira não arrefece da sua sanha criminosa, perseguindo e matando impiedosamente todos quantos ousassem se levantar contra as doutrinas católicas, apoiadas por príncipes e acólitos do catolicismo  na mais total e crassa ignorância de direitos que em outras nações já vigiam com a chegada e avanço do “protestantismo”, perdurando, entre nós, a indecência e a imoralidade católica, no distorcer da bíblia e no modo civilizado de convivência religiosa.
        Por volta de 1822 com a chamada independência do Brasil, já eram contados muitos protestantes no Brasil, porém contando com uma igreja católica oficial em que seus religiosos recebiam salários do Brasil uma vez que eram considerados padres e freiras e demais religiosos católicos como funcionários do governo.
       Com a proclamação republicana, ao contrário do que deveria ser, a igreja católica não perderia sua influência, muito pelo contrário, passaria a contar com cardeais muito mais aguerridos em destruir as leis, seja condenando o casamento civil e as instituições advindas com o Código Civil que viria a ser a lei civil de todos os brasileiros, quer condenando o casamento civil quer pregando e autoafirmando casamento eclesiástico, assim como ensinando e amaldiçoando perante populações sem instrução propugnada pelos males da república e sua nocividade, isso tudo em luta aberta contra a proclamação republicana, e a nocividade dos credos que se estabeleciam na república.
          Não obstante a declaração republicana, o catolicismo continuou a permear a vida brasileira e a se aprofundar em perseguições, as mais vis, causando não apenas dissensão, mas promovendo abertamente as mais sórdidas campanhas contra os protestantes, negando-lhes o direito de sepultamento nos eremitérios municipais, já que eram administrados pelas paróquias brasileiras.
        Assim nascem os “cemitérios de crentes”, uma tentativa de sepultar os crentes sem os percalços desabonadores infligidos por católicos e padres açoitados por bispos e cardeais, ali sendo depositados seus entes que abraçaram o protestantismo, mas resinados com as perseguições até para depois da morte, cuja mancha será carregada e denunciada de século a século.
          Não existiu uma só cidade que não tivesse seus cemitérios de crentes
       Em Itiúba existiu o seu “cemitério de crentes”, afastado da cidade, distante dos “católicos” para que sua influencia e temor se espalhasse na negação da dignidade negada pela igreja da maioria, na descrença dos seus pares, e fiéis, e na imensa e inaudita satisfação dos seus lideres embatinados representado por cardeis e padres.
        O cemitério era de pequenas dimensões. Simplório como simplória foi a fé dos seus mortos, ostentava uma pequena porta singela e batida pelos sóis e pelas chuvas, paredes caiadas de branco no torpor da orada aos pés da montanha testemunha muda da crueldade da igreja que se dizia de Cristo, mas que foi apossada por lobos vorazes corrompendo-a até a medula.
      Ali na placidez das montanhas de Itiúba muitos corpos repousam nas covas rasas a espera da justiça que um dia virá, e na satisfação dos corpos glorificados para a eternidade.
       Justiça se faça aos jovens católicos de Itiúba, entre eles um soteropolitano que num rasgo de revolta contra um padre da localidade, que negou sepultamento a uma jovem católica que se suicidara, de nome Joaquim Brandão Cirne entre outros.
          No governo do senhor João Durval as pedras dos alicerces do que restou do outrora  cemitério foram empurradas do seu lugar para dar passagem a uma estrada de rodagem Itiúba-Camandaroba.
          Que descansem em paz!
        


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