No Brasil não temos nenhum sentimento
de perdimento, muito menos de vergonha. Parece que, os sentimentos se enveredam
por turbilhões de desconhecimento e de ausência de pertencimento, de modo a que
nos expõe como nação, nos retira do meio das civilizações, e nos abandona
perante o inexplicável mundo dos criminosos anônimos e insignificantes, sem
Deus sem respeito, e, sem nenhum sentimento altruístico.
Passada a comoção pública, nos
acomodamos em silencio covarde. Passada a dor e a vergonha nos acostumamos aos
sentimentos de cinismo e de desprezo pelos que se foram, e, pelos seus
parentes, sem justiça, a reclamar perante amoucados e doidos ouvidos incapazes
de sentir e experimentar dores e sentimentos de fraternidade.
Quero especificamente me referir ao
golpe de 1964 quando uma quadrilha de generais e subordinados cegos, ouvindo a
voz da quebra da hierarquia e da normalidade democrática, atacou o Estado
Brasileiro, matando e destruindo vidas preciosas em nome de uma pretensa
mentirosa doutrina da Segurança Nacional que outra coisa não fez senão golpear
e ferir mortalmente um povo, seus brios e sua história.
Já nos referimos à farsa, não apenas
uma vez, mas faremos enquanto pudermos e as vozes mais fortes escalonadas nas
baionetas assassinas de outras quadrilhas de militares assassinos, não forem capacitadas a calar, mais uma vez,
como já demonstraram, sua capacidade de fazer o silencio dos que lutaram para
uma pátria melhor.
1964
é apenas mais um marco. Sabe-se que outras nações tiveram a desdita de
serem lideradas pela famigerada Operação Condor representada e chefiada pelo
Brasil espalhando sua capacidade monstruosa de matar e destruir, de aterrorizar
populações e de fazer abaixar a cabeça pelo peso das baionetas a nacionais
desarmados que outra coisa não fizeram nem desejaram senão sonhar com dias
melhores para as populações. O Brasil se achincalhou, a mocidade com seus sonho
sufocados pela cruenta e criminosa repressão, terminaram por alcançar uma
juventude, no melhor de si, não deixando sequer traços de uma juventude que
ajudaria a soerguer a nação.
Sufocando as aspirações. Os militares
mataram cidadãos e especialmente jovens indiscriminadamente, forjou suicídios,
abusou da tortura, tudo em nome de uma repressão brutal, entregando ao capital
estrangeiro as riquezas da nação e sufocando na pobreza infame e persistente,
as populações brasileiras que não conseguem se desvencilhar da miséria em que
as Forças Armadas gloriosas do Brasil conseguiram para gáudio da quadrilha de
generais e marechais, fazer se abater sobre nós.
A pior vergonha é dar as costas,
deixar de apurar e punir tantos crimes, sendo, seguramente, a única nação no
mundo em que crimes contra a humanidade permanecem sem apuração, muito menos
sem responsabilização dos seus mentores e cabecilhas.
E, aonde a impunidade medra terreno mais
do que fértil permanece até que outra quadrilha, alimentada pela impunidade e
ausência de corretivo, se ache no direito de repetir aventuras, ainda que sob a
bandeira do sangue dos nacionalistas.
Até quando permitiremos que criminosos
continuem a vestir os pijamas da impunidade e da aposentadoria da traição?
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