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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

TEMPOS FINITOS.

                                             
        Lembro-me com redobrado saudosismo dos tempos de faculdade, em que, vestindo a pretexta, a Escola de Direito da Universidade Federal da Bahia dava-me uma oportunidade para alcançar o bacharelato. Cheio de sonhos e expectativas pensava, nos meus devaneios, pertencer a um mundo capaz de ser consertado e alcançar respeito através das ações dos homens públicos. Socialista convicto ou esforçado para ser, pensava que os homens que conseguiam um anel de colação de algum grau, pudessem fazer a diferença para melhor numa espécie de super- homens a serviço sempre do bem.
        Lembro-me daquele velho professor Modesto, nas aulas de direito constitucional a explicar a composição do Supremo Tribunal e das demais casas de justiça do Brasil, com a sua voz clara a fazer com que estendêssemos significados que ele explicava como “saber profundo” “viver escorreito”, “ilibada reputação moral” e outras coisas que estão escritas até hoje no papel, mas, que não servem para o Brasil.
        Então sabemos hoje que para ser ministro ou desembargador de qualquer tribunal deste país não necessita ter saberes nem conhecimento, mas, a solerte arte de rebaixar e se se transformar em capachos pedintes infames a perder independência e moralidade para que sejam os escolhidos. Nada de saber profundo ou de ilibada reputação moral. Esqueçamos essas tolices.
        De repente vejo ministros ávidos e receosos, pedindo e se humilhando para que seus nomes sejam indicados para as composições dessas casas, e, até vejo um outro, do supremo, pedindo e implorando para que sua filha de trinta e três anos ocupe uma das vagas de desembargadora num dos tribunais d Brasil.
       Vejo ministros sendo apontados por revistas de circulação nacional se humilhando e se rebaixando a implorar, a pedir e a suplicar favores para que seus nomes sejam indicados para ocupar as Cortes do País num toma lá, dá cá sem precedentes, quebrando a independência e a moralidade fiando a dever favores e se abaixando em troca de favores futuros dos seus indicadores.
        EW eu que me bati a vida toda por concursos limpos numa tolice sem precedentes, me vejo com cara de tacho com doce azedo a agarrar no fundo, eu que nunca aceitei uma indicação nem fui indicado a nada, vejo meu saber profundo e minha escorreita e ilibada vida pública ser lançado à humilhação e ser vilipendiada ao constatar que no Brasil para se vencer é preciso apenas e tão somente saber a arte da bajulação, do puxa-saquismo e do pedido, de nada importando o saber profundo ou a vida inatacável. Os espertos se dão bem melhor na pátria da corrupção desenfreada, dos homens sem caráter e dos homens submissos aos poderosos transformando-se em suas mãos em meros capachos.

         E quem vê as nossas casas chamadas tribunais e assiste a bandarilha e a sem-vergonhice não tem mais dúvidas de que o país soçobrou e afundou no mar de imoralidades e dos homens sem vergonha que estamos assistindo impassíveis enquanto vão tomando desavergonhadamente conta de tudo e modificando e ajustando conforme seu figurino de ausência total de vergonha.

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