Antigamente no meu tempo de juventude lá pelas bandas de Itiúba, as
coisas eram outras e os significados, também.
Faço aqui uma referencia explícita aos tubos de lança-perfume que
existiam e eram especialmente importados da Argentina para os felizardos que
podiam desfrutar da “iguaria”.
Comentando sobre o assunto com um leigo, tentei explicar que o crime é
rigorosamente uma coisa relativa e que, nem sempre, as coisas são
criminalizadas com lógica.
Todos quantos viveram pelo menos até os anos “50” podem relembrar os
carnavais do Brasil em que o uso do lança perfume não oferecia nada de
criminoso, salvo os porres que levavam à morte.
Lembro-me de Pereira Coutinho um dos donatários da Capitania da Bahia
(Ilhéus) que foi levado até Portugal denunciado, para se explicar perante o
rei, apontado pela Inquisição da Igreja Católica, só porque o donatário adquiriu hábito de fumar, com os índios. Sim, os
índios brasileiros levaram o infeliz vicio do fumo para mudo.
Depois ainda dizem que índio não ensina nada...
Pois bem, não era todo mundo que podia fazer uso. O perfume era guardado
nas toalhinhas que levávamos nos ombros e desenmalados de vez em quando para
que recordássemos. As moças eram paqueradas com esguichos de lança perfume. Não
era crime.
Hoje bandidos vivem a vender e a polícia destruir vasos de lança perfume
uma vez que foi criminalizada a prática.
Coisas do Brasil. Ontem permitido. Hoje criminalizado. Que dá saudade
dá. É inegável.
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