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terça-feira, 22 de maio de 2012

NÃO SEJAMOS APRESSADOS!!!


     Coincidentemente fui atacado por terrível “virose” na mesma época em que o cantor Pedro sofreu lamentável acidente. Ele foi internado em dois hospitais de linha e eu fiquei em casa, como ainda permaneço grudado dia e noite ao televisor.
      Orei pelo Pedro, pedi a Deus pelos seus familiares e por sua vida. Mais de um mês após alegro-me por ver o meninão Pedro saindo do terrível sufoco. O moço não merece como ninguém, tamanha dor nem sofrimento. Sofri com ele e por ele. Como a televisão nada tem e meu corpo ficou rebelde e preguiçoso, quase não sai, salvo para consultas médicas, retornando imediatamente.
     Assisti a todos os esforços para salvar o Pedro. O que me deixa mais espantando é o noticiário televisivo dia e noite massacrantemente a falar do Pedro, gente chorando, jornalistas dando plantões em busca de notícias, fãs em chilique, desmaios verdadeira saturação com  sofrimento do Pedro.
      Não tenho nada contra o Pedro. Só que já não suporto mais ver aquelas expressões de pessoas que forçam a barra, procuram exprimir o que não sentem e eu fico a pensar: será que é por ser Pedro famoso e rico? É óbvio.
       Como fico o dia todo sem ter o que fazer, salvo tomar remédios intermináveis e inúteis fico a mudar de canal.
        Quanta gente morrendo nas filas, quantos hospitais sem condições mínimas, quanta verba garfada, quantas pessoas nesses trinta dias morrendo sem a mínima assistência, enquanto a imprensa não dá plantão vinte e quatro horas nem as pessoas fazem longos programas para falar que o Pedro soltou um “pum” ou que deu um sorriso.
        Quero que o Pedro viva e saia dessas. Mas gostaria de ver menos bajulação, menos hipocrisia e que os jornalistas dividissem e anunciassem quantas centenas de pessoas morreram sem a mínima assistência nos hospitais,  fãs clubes e sem empresários plantados vinte e quatro horas no Sírio-Libanês, sem quem lhes chore, sem quem lhes conforte as almas feridas e com aquela infeliz certeza de impotência material e financeira, o sabor amargo de saberem que seus parentes morreram por não terem dinheiro para custear as despesas. Morreram à míngua. Por não poderem pagar essa medicina que atende e bajula os ricos e afortunados e abandona à sina os pobres e desvalidos dessa republiqueta omissa.
        Sou um homem que experimentou, faz pouco tempo, um filho em estado de coma por sete dias. Nos valemos do plano de saúde. Graças a Deus está ele bem. Agora mesmo em rápido noticiário, uma senhora lamenta que na porta do hospital de São Paulo (público) seu parente morreu porque negaram um leito. Quem foi responder ao inquérito fajuto e de mentirinha? Claro, os seguranças.
        Não seja apressado em julga-me como um insensível. Não: desde o início faço o que sempre achei certo. Orei por Pedro e seus familiares. Só não aceito é essa comoção desrespeitosa, esse acinte diante de um mundo abandonado em que, a imprensa, sem exceção, em verdadeira catarse deixa de anunciar os desvalidos para anunciar com estardalhaço uma pessoa em perigo.
       Por que será?
Lembre-se; NÃO vote. ANULE o voto.

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