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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

COMISSÃO MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA



         


     Sob a presidência de Luiza Erundina o seminário de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados se reuniu com transmissão pela TV Câmara, muitos cidadãos nacionais e estrangeiros para apurar os crimes da ditadura.
     Verdades doloridas estão sendo reveladas, como as de que a outra comissão chamada da “Verdade”, não tem demonstrado nenhum interesse, assim como tem participado dos debates ocorridos no aludido seminário.
      Já nos manifestamos sobre a Comissão da Verdade criada com a finalidade de trazer a público fatos ocorridos na noite negra do Brasil. Fato, é incompreensível que os membros daquela comissão ainda não se reuniram para apurar os fatos bem como parece não se mover para a apuração que a pátria reclama.
      Atuação suspeita pelo desinteresse e inércia, nega aos brasileiros passar a limpo os acontecimentos ocorridos, bem como permitir que a memória não seja apagada, a verdade não seja esclarecida e a justiça não se faça.
      Em total descompasso com o Tribunal Internacional e, diferentemente dos demais países envolvidos que apuraram e puniram os generais criminosos, o Brasil parece sofrer de letargia. Ainda esta semana um dos mais sanguinários generais, Jorge Rafael Videla do Chile, foi condenado há mais 50 anos pelas crianças arrancadas dos seus pais privados de liberdade e entregues aos seus asseclas e colaboradores.
     O período de 1946 até o governo militar de 64, nos parece longo em demasia. Ora, é sabido que o golpe foi dado pelos militares que o encabeçou coadjuvados por muitos civis. Por aí se vê que a ditadura sangrenta aqui instalada, evidentemente não pode ser de responsabilidade apenas dos militares.
      Por outro lado a famigerada “Operação condor” envolvendo Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai, criada para suprimir as vidas dos dissidentes, sabe-se hoje, teve a supervisão e coordenação dos militares brasileiros que, sob as orientações da organização terrorista CIA deu total apoio logístico.
      Será preciso, ademais, que os governadores dos estados-membros sejam também responsabilizados, pois foi através deles que as populações foram caladas, suprimidos muitos, além de terem se enriquecido eles e seus familiares, devendo trazer a lume suas ações, pois os militares isoladamente não seriam capazes, sem a sua anuência, apoio incondicional e subserviente.
      A anistia deverá ser desconsiderada, por lhe faltar legitimidade, por ser auto anistia e por ter sido votada por um Congresso absolutamente dependente das orientações dos militares. Pretenderam se perdoar dos crimes que cometeram. É mais que vergonhosa a ação dos parlamentares do período, em que raras exceções aplaudiram entusiasticamente a chamada “redentora”. Além de perpetuarem crimes, criaram mecanismos como o de crimes conexos, o que é um absurdo jurídico, tratando qualquer delito como se fosse de natureza política.
      Não se trata de vingança, mas de justa reparação, devendo ser trazidos os fatos e aquele período ao conhecimento, pois é impossível que um país continue sem memória, as pessoas não tenham o verdadeiro alcance do quanto os delinqüentes, em nome do Estado Brasileiro praticaram sem medidas éticas, tudo para assegurar poder, dinheiro e fama à custa do povo.
     A famigerada Operação condor com todos os seus desdobramentos há de desvendar os crimes de nacionais e estrangeiros que foram suprimidos aqui e lá fora, como política de estado e de dominação, de supressão de dissidentes e dos que contestavam a ditadura.
     Servirá a apuração, para mudar os rumos da história. E, se em nada der, veremos a história ser reescrita nos seus pormenores, desmascarará muitos serviçais lambe-botas e seus parentes, cujos nomes serão execrados em letras garrafais. E isso em si já é uma punibilidade.
     Repito. Não acredito na tal Comissão da Verdade que até aqui não se manifestou, mesmo porque, alguns dos seus membros estão sendo acusados de suspeitos, não procuraram até o momento apurar nada, enquanto o tempo não lambe com os seus pijamas amaldiçoados, aqueles cabecilhas que trouxeram para o Brasil tanta dor e tanta infâmia em nome de uma doutrina de segurança nacional que, no final das contas, não passou de assegurar privilégios aos Estados Unidos da América.
      E que sirva de lição aos evangélicos, meus irmãos que coonestaram, pelo silencio, as infâmias da ditadura.
       Viva a Comissão de direitos Humanos. Dela se espera muito, em especial os socialistas e humanistas.
LEMBRE-SE: ANULE SEMPRE SEU VOTO.

     
     

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