Creio que meus netos, daqui a uns
cinquenta anos, se perguntarão: o que nosso avô quis dizer, quando chamou essa
senhora, de “Dilma, o poste?Creio
que pensarão , ajudados pelos seus pais; meus filhos, e ,consequentemente pais
dos rebentos, que o avô era um dos exóticos intelectuais que viveram no passado. Talvez , de algum modo , quando não estiverem caçando pokémons, se debrucem sobre o
instrumental que a ciência joga no mundo nos dias, e, dentro desse instrumental
maravilhoso que é a ciencia, desvendem o que aconteceu, um dia, quando a juventude
do tempo do avô era quase ou totalmente absorta, pobre de raciocínios, incapaz
de pensar e de ler uma pobre e insignificante linha de um livro.
Talvez, meus netos, conversando com seus pais,
ouçam que o “velho” era dono de uma alentada biblioteca e que, seu avô mesmo no
seu tempo,era um “velhinho” doido por livros e jornais que lia com sofreguidão
e com muita fome de saber e aprender.
Os meus netos possivelmente não
aceitarão essa coisa e começarão a interrogar como se estivessem diante das
antigas penitenciarias o que significava “ler”.
Meus filhos certamente procurarão
explicar aos seus filhos, meus “netinhos
discaradinhos” que o “vô, mesmo no seu tempo, já era um velhinho que
“ainda” gostava de ler livros, e o cara,
se deliciava com o que lia, embora um
cara que vinha de dois séculos.
Não devemos esquecer-nos de informar
que o miserável e desacreditado vô era um cara perdido no tempo e no espaço, e que,
não tinha como falar com a juventude, porque existiam coisas como “whats aap”e que, nem mesmo os namorados,
esposas e familiares se comunicavam mais, salvo se estivessem em
perigo de vida.
Os meus netinhos vão dizer e se
espantar o quanto o avô era um bicho do mato, um “desplugado”, um “desantenado”
da vida, e, como o velhinho do seu pai era um ultrapassado, que escrevia poesias;
sonhava, declamava versos e conversava aquela conversa de pé de ouvido às
amadas, fazia serenatas e declamava versos à mulherada, se debruçava em amor e
conseguia amar.
Espero que você diga que o curso da
ciencia e do conhecimento é inexorável, mas que, seu pai, portanto avô dos
pobres e desarvorados e sem objetivos dos meus netos, era um intelectual, que
lia, deglutia e amava os livros que existiam no nosso tempo.
Enquanto isso, seus filhos estarão
voando e navegando pelas galáxias da insensatez.
O resto é só a mais pura tolice de um velhinho
ultrapassado, assustado com a imbecilidade do mundo que ele, na sua ignorância,
pensa.
Salvo, se caçar pokémons, e conversar
com a namorada na mesma mesa através de telefones, sejam a forma correta e
romântica.
Se não for, então que me perdoem meus
netinhos a terrível e crônica ignorância desse avô desgraçado e desnaturado que
fala mal da juventude!!!.